O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, registrou queda de 0,06% em setembro na comparação com agosto. O indicador veio abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava crescimento de 0,20%.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o índice mostrou alta de 0,32%. No trimestre encerrado em setembro, o indicador teve queda de 0,64% ante o trimestre anterior. Com o resultado, o IBC-Br acumula alta de 2,77% no ano e de 2,50% em 12 meses.
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Analistas apontam que o cenário acende o alerta para uma perda de fôlego da economia no terceiro trimestre. "O IBC-Br veio abaixo do esperado. Os dados acompanham a queda nos números dos serviços; o varejo também está indo mal, principalmente com alto número de famílias ainda endividadas", destacou o economista Piter Carvalho, chefe da Valor Investimentos. "Ainda não vimos efeito na economia do programa Desenrola, de renegociação de dívidas."
Já o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus Netto, ponderou que, apesar de apontar para perspectivas mais fracas, a atividade econômica ainda sentirá neste fim de ano o efeito de uma série de medidas que deve impulsionar a demanda agregada, pelo lado do consumo das famílias, embora pouco alterando os investimentos.
"Observamos a economia na fase mais aguda de desaceleração, devendo começar a reagir nos próximos trimestres, dado o relaxamento monetário, o Desenrola, o 13º salário, a inflação mais baixa. Isso tudo deve estimular o consumo de bens não duráveis", disse Netto.
A projeção atual do Banco Central para a economia brasileira em 2023 é de crescimento de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, enquanto a equipe do Ministério da Fazenda projeta expansão de 3,2%.
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