conjuntura

IBC-Br recua em setembro e indica que PIB perde fôlego

Indicador do Banco Central é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto. Segundo analistas, resultado de setembro corroboram expectativa de crescimento mais lento da economia no terceiro trimestre

Indicador calculado pelo Banco Central teve queda de 0,64% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior -  (crédito: Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press)
Indicador calculado pelo Banco Central teve queda de 0,64% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior - (crédito: Rodrigo Nunes/Esp. CB/D.A Press)
postado em 18/11/2023 04:15

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, registrou queda de 0,06% em setembro na comparação com agosto. O indicador veio abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava crescimento de 0,20%.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o índice mostrou alta de 0,32%. No trimestre encerrado em setembro, o indicador teve queda de 0,64% ante o trimestre anterior. Com o resultado, o IBC-Br acumula alta de 2,77% no ano e de 2,50% em 12 meses.

Analistas apontam que o cenário acende o alerta para uma perda de fôlego da economia no terceiro trimestre. "O IBC-Br veio abaixo do esperado. Os dados acompanham a queda nos números dos serviços; o varejo também está indo mal, principalmente com alto número de famílias ainda endividadas", destacou o economista Piter Carvalho, chefe da Valor Investimentos. "Ainda não vimos efeito na economia do programa Desenrola, de renegociação de dívidas."

Já o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Hegedus Netto, ponderou que, apesar de apontar para perspectivas mais fracas, a atividade econômica ainda sentirá neste fim de ano o efeito de uma série de medidas que deve impulsionar a demanda agregada, pelo lado do consumo das famílias, embora pouco alterando os investimentos.

"Observamos a economia na fase mais aguda de desaceleração, devendo começar a reagir nos próximos trimestres, dado o relaxamento monetário, o Desenrola, o 13º salário, a inflação mais baixa. Isso tudo deve estimular o consumo de bens não duráveis", disse Netto.

A projeção atual do Banco Central para a economia brasileira em 2023 é de crescimento de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, enquanto a equipe do Ministério da Fazenda projeta expansão de 3,2%. 

 

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