O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou nesta terça-feira (7/11) que a autoridade monetária apoia a meta de deficit zero para 2024 defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele elogiou ainda o arcabouço fiscal aprovado nesta ano pelo Congresso, e disse tratar-se de um diferencial em relação aos outros países emergentes.
O governo federal estuda mudar a meta do deficit fiscal na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apesar de Haddad defender, desde o início do ano, que o deficit seja zerado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que deve alterar o valor, para algo entre 0,25% e 0,5%.
- Campos Neto: em 2 anos, sistema financeiro do Brasil estará pronto para IA
- "É importante que o Congresso aprove medidas de receita", diz Campos Neto
- Campos Neto: "Passei por dois governos e muitas histórias são parecidas"
"A gente apoia a iniciativa do ministro Haddad de cumprir a meta", declarou Campos Neto durante evento organizado em São Paulo pelo Bradesco Asset Management. Para ele, caso não haja um esforço para perseguir o deficit zero, isso pode aumentar o risco e tornar mais difícil estimar a situação fiscal de 2025 e 2026. "O Brasil tem um gasto público maior e uma vinculação de gastos maior do que grande parte do mundo emergente", apontou.
Campos Neto sinalizou ainda que a mudança na meta fiscal pode afetar a definição da taxa de juros no futuro, feita pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do banco. "Mas depende de muitas variáveis", frisou.
Sobre os próximos cortes na taxa Selic, ele disse acreditar que mais dois cortes de 0,5% nas próximas reuniões do Copom são "um ritmo adequado", mas que fatores externos dificultam a previsão da trajetória dos juros.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br