DECLARAÇÃO

Haddad prega "corrigir distorções" para "arrumar a casa" na economia

Ministro da Fazenda critica gestão de Bolsonaro e Guedes, e afirma que o desafio de curto prazo é "arrumar a casa"

O ministro afirmou que, a curto prazo, há um desafio de
O ministro afirmou que, a curto prazo, há um desafio de "arrumar a casa", após fazer críticas à gestão de seu antecessor, o ex-ministro Paulo Guedes - (crédito: Diogo Zacarias via Flickr Ministério da Fazenda)
Raphael Pati*
postado em 06/11/2023 19:46

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu críticas sobre a postura à frente do cargo. Sobre a acusação de estar mais alinhado com a parcela ortodoxa do mercado — que acredita na redução dos gastos para manter a economia fortalecida —, o chefe da pasta disse, em um evento realizado pelo banco BTG Pactual, que tem que lidar com o que a "tarefa do momento" exige.

“Às vezes você está em um processo recessivo, uma crise global, uma pandemia, em que você tem que fazer um tipo de gesto. Nós estamos em um momento em que temos condição de fazer essa economia crescer, porque nós ainda temos muita gordura monetária para queimar. Nós estamos com uma taxa (de juros) ainda de 12,25%. Depois de um ano de trabalho, caiu 1,5%”, disse Haddad, fazendo alusão ao ritmo de corte da Taxa Selic pelo Banco Central.

O ministro afirmou que, a curto prazo, há um desafio de "arrumar a casa", após fazer críticas à gestão de seu antecessor, o ex-ministro Paulo Guedes. “(A inflação) não está sendo baixada na marra, artificialmente. Está sendo feito um trabalho para que isso aconteça já no ciclo de cortes que, na minha opinião, vai continuar, porque nós vamos continuar trabalhando em parceria para continuar com esse ciclo de cortes”, afirmou o ministro.

Despesas insustentáveis

Ainda tecendo críticas ao último governo, o ministro ressaltou que a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro criou despesas "insustentáveis", como o aumento da proporção do antigo Auxílio Brasil (agora Bolsa Família) sobre o PIB, que aumentou nos últimos dois anos de 0,5% para 1,5%, além das Leis Complementares 192 e 194, que desoneravam itens básicos, como combustíveis, água e luz.

“Não adianta você achar que está fazendo o bem, criando as despesas mais meritórias do mundo de forma insustentável. Porque depois que a conta chegar, essas coisas podem se desfazer. E o que a gente quer é consolidar essas conquistas. Então a maneira de fazer isso é corrigindo as distorções”, disse Haddad durante o evento.

*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes

 

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