O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre corte na taxa Selic minutos antes dela ser anunciada pelo Banco Central (BC), nesta quarta-feira (01/11). Ele declarou acreditar que o BC irá "manter o passo" para diminuir esse valor.
"Acredito que vá manter o ciclo de cortes de 0,5. A taxa Selic está muito alta ainda, está em 12,75%. Acho que o Banco Central vai manter o passo, na direção correta. Os juros no Brasil talvez sejam o segundo mais alto do mundo, em termos reais, descontada a inflação projetada", comentou o ministro, evitando falar sobre a meta de deficit zero defendida por ele. Sobre a meta da inflação até o final do ano, ele se esquivou de responder.
- Banco Central reduz taxa básica de juros para 12,25% ao ano
- Estimativa piora com crítica do presidente à meta zero; entenda
- Banco Central se prepara para continuar baixa da Selic
Alguns minutos depois, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, decidiu, reduzir a taxa básica da economia (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano — menor patamar desde 4 de maio de 2022, quando os juros básicos estavam em 11,75% anuais.
Haddad também comentou que encontros com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram para tratar da situação da arrecadação do Brasil não estar acompanhando o crescimento do PIB.
"Eu tinha levado para o presidente um quadro do cenário fiscal, em função de decisões judiciais e em função da Lei Complementar 160, para mostrar o quanto isso estava afetando a arrecadação deste ano. Veja só, o PIB está crescendo 3%, a arrecadação não está crescendo nem perto disso. Então investigamos e descobrimos que as empresas estão fazendo uma compensação daquela decisão de 2017 do PIS/Cofins e que a subversão está aumentando em relação ao ano passado - quando ela chegou a R$ 149 bilhões de redução de base no cálculo", explicou. Ele ainda afirma que está mostrando os dados para que Lula os analise com calma e, talvez, realizar a "antecipação de algumas medidas". A investigação citada pelo ministro foi feita pela Receita Federal em agosto e setembro deste ano.
Haddad afirma que as reuniões com os bancos públicos e fundos de pensão foram no sentido de encaminhar "algumas reformas estruturais que passam pelo Ministro da Fazenda". Como exemplo, ele afirmou que "tem uma série de inovações que foram praticadas no período anterior, recente, que inibem investimento. Tem que passar pela área técnica para saber se é desejável e possível reverter".
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br