Combate à crise climática

Agro defende que governo cobre US$ 100 bi prometidos por países ricos

Confederação da Agropecuária apresenta posicionamento sobre COP28 a negociadores brasileiros que irão a Dubai; documento foi entregue ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, defendeu nesta quarta-feira (25/10) que o governo brasileiro cobre dos países desenvolvidos o prometido aporte de US$ 100 bilhões para financiar ações de combate à crise climática. Ao apresentar, nesta manhã, a posição do setor agropecuário brasileiro para a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), Martins salientou a importância do financiamento para se cumprir as metas climáticas.

“É essencial reafirmar o apoio do setor agropecuário ao combate ao desmatamento ilegal, e no fortalecimento de políticas de desenvolvimento regional, por meio de mecanismos de finaciamento previstos na convenção”, disse Martins.

Na Convenção de Copenhague, em 2009, as lideranças mundiais acordaram que os países desenvolvidos financiariam, com US$ 100 bilhões anuais, os programas climáticos dos demais países.

“O gargalo e a reiterada demora em obter a meta de US$ 100 bilhões anuais mostram com muita ênfase que a falta de financiamento climático é um obstáculo para alcançar as metas do Acordo de Paris”, diz um trecho do documento entregue aos negociadores brasileiros que estarão na COP28, que acontecerá de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai.

“Fortalecer a capacidade dos países de implementar suas ações climáticas. Nesse sentido, a decisão a ser adotada em Dubai precisa consolidar a obrigação de financiamento climático proveniente de países desenvolvidos, segundo as negociações da nova meta global de financiamento, como uma das principais fontes de recursos”, completa o texto.

A CNA entende ainda que as negociações devem incluir a criação de uma nova meta, mais ambiciosa para o financiamento climático. E defende, no documento, que a agropecuária seja reconhecida como uma das partes da solução global para garantir a segurança alimentar e energética no mundo, por meio de ações e tecnologias que contribuam para emitir menos gases de efeito estufa (GEE) e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

O documento foi entregue ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro; à secretária nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, e ao embaixador extraordinário para a Mudança do Clima, Luiz Alberto Figueiredo.

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