Caxias do Sul — A 32ª edição da Mercopar, maior feira de inovação industrial da América Latina, trouxe estandes diferenciados no ramo da segurança do trabalho no metaverso. Em exposição nesta quinta-feira (19/10), no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva da cidade gaúcha, uma das que se destacou no Salão de Inovação foi a do Meta Safety, uma plataforma na qual se realiza treinamentos de segurança NR-35, norma que estipula as exigências mínimas de proteção para o trabalho em altura utilizando óculos de realidade virtual.
O modelo é voltado para empresas como construtoras e indústrias em geral, pensando na maior segurança dos funcionários em relação aos riscos de queda e acidentes no trabalho em altura seguindo as regras impostas pelo Ministério do Trabalho, além de proporcionar redução de custos para o empregador, explicou Deise Sprenger, co-fundadora do Meta Safety.
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“A tecnologia traz muitos ganhos para a segurança do trabalho. Conseguimos treinar o trabalhador de uma forma segura, em um ambiente controlado, e inclusive identificar se ele tem alguma fobia, como o medo de altura, antes de expor ele ao risco. Sem contar que é um ganho para redução de custo da empresa, que não vai precisar formar uma turma, contratar um instrutor e coisas do tipo”, apontou.
“Qualquer indústria que tem esse risco de trabalho em altura tem a obrigatoriedade de fazer esse treinamento, e a prática aqui é feita em realidade virtual”, emendou, relatando que os óculos são enviados para a empresa onde o funcionário trabalha. Segundo ela, o treinamento em realidade virtual também tem um ganho de qualidade, onde uma hora de treinamento virtual equivale a 8 horas de treinamento presencial.
O treinamento é composto por quatro fases. A primeira parte é realizada em uma plataforma digital composta por videoaulas, vídeos animados, games e inteligência artificial. Já a segunda parte é feita com óculos de realidade virtual onde é preciso que a pessoa utilize os equipamentos de segurança (EPIs) e realize corretamente os movimentos.
Na terceira fase o acesso é guiado novamente e a subida é feita com um trava-quedas preso a um cabo de aço. Na fase final, o acesso é feito sozinho, colocando todo o conhecimento em prática.
Ao final do treinamento, ocorre a computação do desempenho na avaliação teórica e prática e o certificado assinado pelo engenheiro de segurança do trabalho responsável pelo treinamento é emitido.
“(A experiência) É totalmente imersiva e a pessoa está executando exatamente o mesmo movimento que ele vai executar na vida real. O próprio game não deixa o trabalhador evoluir caso ele não faça o procedimento correto. É uma forma também de garantir que ele vai evoluir no aprendizado para passar para a próxima fase”, reforçou.
Priscilla Agassis Machado, diretora financeira da empresa, ressaltou que a atratividade do treinamento em ambiente virtual e a retenção de aprendizado são de 85% e 95%, respectivamente.
“É cientificamente comprovado a capacidade de aprendizado pelo ambiente artificial. Saem mais capacitados e se reduz a quantidade de acidente de trabalho. A cada dois anos, obrigatoriamente, eles têm que fazer essa reciclagem e é preciso formar uma turma presencial com o número mínimo de trabalhadores, instrutor capacitado, todos os EPIs. É uma grande quantidade de itens. Com essa tecnologia, temos redução de custo nessa área também.”
Por fim, Priscilla ressaltou que a tecnologia ainda oferece economia aos cofres públicos em relação ao afastamento pelo INSS.
“O trabalho em altura é uma das maiores causas de acidentes do trabalho. Então, visamos também trabalhar nessa parte de redução de custos para a sociedade porque a Previdência acaba arcando com todas as despesas de acidentes decorrentes da atividade de trabalho em virtude de afastamento ou mesmo de perda da capacidade laborativa ou algum membro”, concluiu.
Mercopar
A 32ª edição da Mercopar começou na terça-feira (17), em Caxias do Sul e termina nesta sexta (20). Promovido pelo Sebrae-RS e pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), o evento tem o objetivo de gerar negócios, abrir novos mercados e apresentar as tendências e tecnologias para a inovação na indústria, reunindo mais de 600 expositores e 300 delegações empresariais em um espaço de 38 mil m² no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva da cidade gaúcha. A expectativa é superar os R$ 430 milhões gerados em negócios no ano passado.
*A repórter viajou a convite do Sebrae
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