Balança comercial deve atingir US$ 93 bi de superávit e bater recorde

O acumulado entre janeiro e setembro chegou na marca de US$ 71,3 bilhões. A expectativa do MDIC é que 2023 bata o recorde da série histórica

A previsão do Mdic para o saldo da balança comercial deste ano é de US$ 93 bilhões.

Divulgação/MDIC

A balança comercial brasileira registrou um superávit US$ 71,3 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, novo recorde para o período desde o início da série, em 1989, conforme dados divulgados, nesta segunda-feira (2/10), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic). A previsão do MDIC é que o saldo da balança comercial feche o ano em US$ 93 bilhões — o maior valor da série histórica

As exportações atingiram US$ 28,4 bilhões, no mês passado, enquanto as importações somaram US$ 19,5 bilhões, resultando em um superávit de US$ 8,9 bilhões e uma corrente de comércio de US$ 47,9 bilhões. No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 253,0 bilhões e as importações, US$ 181,7 bilhões, e uma corrente de comércio total de US$ 434,7 bilhões em 2023.

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A previsão do Mdic para o saldo da balança comercial deste ano é de US$ 93 bilhões. Esse número resulta de exportações no valor de US$ 334 bilhões e importações de US$241 bilhões, projetando uma corrente de comércio de US$ 575 bilhões. O dado também será o maior da série histórica, se confirmado.

Comparando a média diária das exportações em setembro de 2023 com o mesmo mês de 2022, observa-se um crescimento de 4,4%. Em relação às importações, houve uma queda de 17,6% na comparação. Além disso, o saldo médio diário em setembro de 2023 foi de US$ 445 milhões. Esses números representam queda de 5,8% na corrente de comércio em comparação com setembro de 2022.

Os setores de Agropecuária e Indústria Extrativa registraram crescimentos significativos nas exportações, enquanto os produtos da Indústria de Transformação apresentaram uma queda. No acumulado do ano, Agropecuária cresceu 8,3%, Indústria Extrativa diminuiu 1,9%, e produtos da Indústria de Transformação caíram 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.

As importações também sofreram variações, com Agropecuária diminuindo 21,2%, Indústria Extrativa caindo 26,2%, e produtos da Indústria de Transformação registrando uma queda de 9,6% no acumulado do ano.

O superávit comercial de setembro de 2023, de US$ 8,9 bilhões, foi destacado como o maior para esse mês na série histórica, iniciada em 1989, pelo diretor de Planejamento e Inteligência Comercial da Secex, Herlon Brandão. Em entrevista coletiva para comentar os dados da balança, ele ressaltou que o saldo comercial acumulado de US$ 71,8 bilhões entre janeiro e setembro deste ano supera o recorde anual de US$ 62,3 bilhões registrado em 2022.

As exportações tiveram um desempenho positivo, destacou Brandão, especialmente nos setores de agropecuária e indústria extrativa, impulsionadas pelas vendas de produtos como soja, milho, café e minério de ferro. Quanto às importações, houve uma redução generalizada nos valores em todas as regiões de importação do Brasil, com preços mantendo uma tendência de queda observada em meses anteriores.

A projeção otimista para o saldo comercial de 2023 aponta para um novo recorde, superando em mais de 50% o saldo anterior registrado em 2022.

* Vitória Torres, estagiária sob a supervisão de Pedro Grigori