O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (02/10) que a dinâmica da inflação já “bateu no pico” e tem se comportado de forma “benigna” no Brasil, destacando o comportamento recente dos preços de alimentos e bebidas, que vem “caindo bastante”.
“O Brasil teve sucesso em controlar o surto inflacionário que houve no mundo e está com a inflação abaixo da média neste momento”, disse, em evento realizado pela Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), em São Paulo.
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Economistas do mercado financeiro elevaram hoje as projeções para a inflação para o próximo ano, usadas para decidir o patamar dos juros. Segundo os dados do Boletim Focus, divulgado pelo BC, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passaram de 3,86% para 3,87% em 2024. Segundo o chefe da autoridade monetária, a volatilidade vista nas últimas semanas se deve mais a fatores globais do que locais.
Campos Neto afirmou que as expectativas de inflação de 2023, 2024 e 2025 estão "mais ou menos" dentro da banda da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele elogiou ainda o governo pela decisão de manter o patamar: “Se você aumentar a meta de inflação, o mercado imediatamente muda a expectativa de inflação para a meta maior. Não só isso, mas também coloca um prêmio maior em relação à meta antiga.”
A meta de inflação para este ano é 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%. Para 2024, 2025 e 2026, a meta é de 3%.
Fiscal
O presidente do BC reforçou a importância de o governo continuar buscando cumprir as metas fiscais definidas no projeto do novo marco fiscal, que irá substituir o teto de gastos. Entre elas está zerar o déficit primário já em 2024. “Temos apoiado bastante o governo no sentido de persistir na meta fiscal. É muito importante persistir”, disse.
Ele sinalizou ainda que a autoridade monetária vai se manter em alerta na estabilização da trajetória da dívida pública e destacou a importância de que medidas complementares para aumentar a arrecadação passem no Congresso. “A gente reconhece que é difícil cortar o gasto estrutural no Brasil. Talvez reformas adicionais possam fazer esse papel”, destacou.
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