Mercado

Bolsa cai e dólar sobe após fala de Lula sobre não zerar deficit

Além do mercado financeiro, parlamentares que trabalham pela aprovação da pauta econômica, como o deputado Danilo Forte (União-CE), reagiram mal às declarações

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
postado em 27/10/2023 16:37

Políticos e agentes do mercado financeiro reagiram mal à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o Brasil poderá não alcançar o equilíbrio nas contas públicas em 2024. Em conversa com jornalistas, nesta sexta-feira (27/10), dia de seu aniversário, Lula indagou: “Se o Brasil tiver deficit de 0,5%, de 0,25%, o que é? Nada”.

Embora o arcabouço fiscal, sancionado em agosto pelo presidente, contemple uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para saldo positivo ou negativo, a fala do petista foi interpretada com desconfiança pelo mercado, em relação ao compromisso com a pauta econômica.

Às 16h, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caía 1,31%, a 113.268,81 pontos, e o dólar registrava alta de 0,46%, ultrapassando os R$ 5,00.

“Trata-se de uma fala ‘brochante’ para a pauta econômica, que sofre resistências no Legislativo”, comentou o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Danilo Forte (União-CE), que tem atrasado a apresentação de seu parecer à espera da aprovação de todas os projetos do governo que permitirão o aumento da arrecadação de impostos no ano que vem.

“O próprio atraso na votação da LDO ocorreu para dar a oportunidade para o governo federal realizar o convencimento acerca das propostas da equipe econômica”, acrescentou Forte, segundo quem as declarações de Lula “constrangeram” o ministro Fernando Haddad.

“Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai cumprir. O que eu posso dizer é que ela não precisa ser zero, o país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país. Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida”, disse ainda o presidente no encontro de hoje com jornalistas.

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