O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), indicador considerado uma prévia do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, registrou queda de 0,77% em agosto. Segundo os dados, divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (20/10). Com a variação, o indicador interrompe dois meses de crescimento. A queda veio acima da mediana da projeção de analistas, que esperavam retração mais acentuada.
Em relação ao mesmo período do ano passado, o índice mostrou alta de 1,28%. No trimestre encerrado em agosto, o indicador teve queda de 0,65% ante o trimestre anterior. Com o resultado, no ano o IBC-Br acumula alta de 3,06% no ano e de 2,82% em 12 meses.
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O resultado de agosto foi influenciado por quedas em quase todos os setores da atividade econômica, sendo a indústria a única exceção. A principal contribuição negativa veio dos transportes e dos serviços prestados às famílias, que devolveram boa parte dos ganhos acumulados nos últimos meses.
Apesar da piora na dinâmica, o economista do PicPay Igor Cadilhac mantém expectativas para o crescimento de 3% em 2023. “Olhando à frente, a grande questão é se esse resultado negativo se trata de um ponto de inflexão ou se deve a fatores temporários. Por ora, no nosso cenário atual, ainda vemos espaço para um bom desempenho no segundo semestre, sem grandes consequências nos preços, que já mostram uma dinâmica favorável”, avaliou.
O Boletim Focus, que semanalmente divulga as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos, enxerga o PIB brasileiro fechando o ano em 2,92%. Já para 2024, a expectativa é de 1,50%.
O IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador do BC, de frequência mensal, permite acompanhamento mais frequente da evolução da atividade econômica, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) de frequência trimestral, descreve um quadro mais abrangente da economia.
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