Segurança do trabalho

No RS, feira apresenta treinamento em segurança do trabalho no metaverso

Além de maior segurança, tecnologia pode proporcionar economia aos cofres públicos em relação ao afastamento de funcionários

Plataforma Meta Safety realiza treinamentos de segurança NR-35 para o trabalho em altura utilizando óculos de realidade virtual
 -  (crédito: Ingrid Soares/CB/DA.Press)
Plataforma Meta Safety realiza treinamentos de segurança NR-35 para o trabalho em altura utilizando óculos de realidade virtual - (crédito: Ingrid Soares/CB/DA.Press)
postado em 19/10/2023 17:06 / atualizado em 21/10/2023 13:22

Caxias do Sul — A 32ª edição da Mercopar, maior feira de inovação industrial da América Latina, trouxe estandes diferenciados no ramo da segurança do trabalho no metaverso. Em exposição nesta quinta-feira (19/10), no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva da cidade gaúcha, uma das que se destacou no Salão de Inovação foi a do Meta Safety, uma plataforma na qual se realiza treinamentos de segurança NR-35, norma que estipula as exigências mínimas de proteção para o trabalho em altura utilizando óculos de realidade virtual.

O modelo é voltado para empresas como construtoras e indústrias em geral, pensando na maior segurança dos funcionários em relação aos riscos de queda e acidentes no trabalho em altura seguindo as regras impostas pelo Ministério do Trabalho, além de proporcionar redução de custos para o empregador, explicou Deise Sprenger, co-fundadora do Meta Safety.

“A tecnologia traz muitos ganhos para a segurança do trabalho. Conseguimos treinar o trabalhador de uma forma segura, em um ambiente controlado, e inclusive identificar se ele tem alguma fobia, como o medo de altura, antes de expor ele ao risco. Sem contar que é um ganho para redução de custo da empresa, que não vai precisar formar uma turma, contratar um instrutor e coisas do tipo”, apontou.

“Qualquer indústria que tem esse risco de trabalho em altura tem a obrigatoriedade de fazer esse treinamento, e a prática aqui é feita em realidade virtual”, emendou, relatando que os óculos são enviados para a empresa onde o funcionário trabalha. Segundo ela, o treinamento em realidade virtual também tem um ganho de qualidade, onde uma hora de treinamento virtual equivale a 8 horas de treinamento presencial.

O treinamento é composto por quatro fases. A primeira parte é realizada em uma plataforma digital composta por videoaulas, vídeos animados, games e inteligência artificial. Já a segunda parte é feita com óculos de realidade virtual onde é preciso que a pessoa utilize os equipamentos de segurança (EPIs) e realize corretamente os movimentos.

Na terceira fase o acesso é guiado novamente e a subida é feita com um trava-quedas preso a um cabo de aço. Na fase final, o acesso é feito sozinho, colocando todo o conhecimento em prática.

Ao final do treinamento, ocorre a computação do desempenho na avaliação teórica e prática e o certificado assinado pelo engenheiro de segurança do trabalho responsável pelo treinamento é emitido.

“(A experiência) É totalmente imersiva e a pessoa está executando exatamente o mesmo movimento que ele vai executar na vida real. O próprio game não deixa o trabalhador evoluir caso ele não faça o procedimento correto. É uma forma também de garantir que ele vai evoluir no aprendizado para passar para a próxima fase”, reforçou.

Priscilla Agassis Machado, diretora financeira da empresa, ressaltou que a atratividade do treinamento em ambiente virtual e a retenção de aprendizado são de 85% e 95%, respectivamente.

“É cientificamente comprovado a capacidade de aprendizado pelo ambiente artificial. Saem mais capacitados e se reduz a quantidade de acidente de trabalho. A cada dois anos, obrigatoriamente, eles têm que fazer essa reciclagem e é preciso formar uma turma presencial com o número mínimo de trabalhadores, instrutor capacitado, todos os EPIs. É uma grande quantidade de itens. Com essa tecnologia, temos redução de custo nessa área também.”

Por fim, Priscilla ressaltou que a tecnologia ainda oferece economia aos cofres públicos em relação ao afastamento pelo INSS.

“O trabalho em altura é uma das maiores causas de acidentes do trabalho. Então, visamos também trabalhar nessa parte de redução de custos para a sociedade porque a Previdência acaba arcando com todas as despesas de acidentes decorrentes da atividade de trabalho em virtude de afastamento ou mesmo de perda da capacidade laborativa ou algum membro”, concluiu.

Mercopar

A 32ª edição da Mercopar começou na terça-feira (17), em Caxias do Sul e termina nesta sexta (20). Promovido pelo Sebrae-RS e pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), o evento tem o objetivo de gerar negócios, abrir novos mercados e apresentar as tendências e tecnologias para a inovação na indústria, reunindo mais de 600 expositores e 300 delegações empresariais em um espaço de 38 mil m² no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva da cidade gaúcha. A expectativa é superar os R$ 430 milhões gerados em negócios no ano passado.

*A repórter viajou a convite do Sebrae

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