CARESTIA

IPGF, do FGV Ibre, registra queda de 0,08% em setembro

Variação de novo indicador de preços do FGV Ibre aponta deflação no mês passado, puxado por queda maior nos preços dos alimentos. Dado ficou abaixo da variação do IPCA no mês, de 0,26%. Entidade também revisa dado de agosto de 0,03% para 0,19%

Novo indicador do FGV Ibre contabiliza variação de preços abaixo do IPCA, que mede a inflação oficial devido ao peso maior dos alimentos -  (crédito: Agencia Brasil)
Novo indicador do FGV Ibre contabiliza variação de preços abaixo do IPCA, que mede a inflação oficial devido ao peso maior dos alimentos - (crédito: Agencia Brasil)
postado em 19/10/2023 16:34

O Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF), novo indicador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), registrou queda de 0,08%, em setembro, na comparação com agosto, primeiro mês da série. “O dado ficou negativo porque a alimentação tem um peso grande nesse indicador e registrou desaceleração”, explicou Matheus Peçanha, economista do FGV Ibre.

O especialista destacou que o indicador de agosto sofreu atualização, e, com isso, a variação foi revisada de 0,03% para 0,19%. Ele lembrou que o dado ainda ficou abaixo da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou altas de 0,23%, em agosto, e de 0,26%, em setembro.

De acordo com Peçanha, a metodologia do novo indicador, que tem uma cesta de produtos menor do que o IPCA e tenta mapear o comportamento de consumo do consumidor, como substituição de produtos, como ocorre na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), também do IBGE. “Com a metodologia do índice, os dados de agosto contavam com uma previsão feita em julho e a revisão inclui os dados reais. E um dos fatores para essa revisão foi o peso da gasolina, que aumentou porque a inflação de agosto, cuja previsão era de 3,38%, foi de 5,02%, Agora, em setembro, foi feito a mesma coisa, e, provavelmente, haverá revisão em outubro, mas acredito que a diferença será menor”, explicou.

O economista lembrou que os alimentos têm um peso maior no IPGF do que o IPCA, e, como os preços dos alimentos estão desacelerando, há uma diferença maior entre os dois índices. Em setembro, conforme os dados do IBGE, o IPCA acumulou altas de 3,50%, no ano, e de 5,19% nos 12 meses encerrados em setembro. Enquanto isso, o IPGF registrou elevações de 2,22% e de 3,63%, respectivamente.

De acordo com Matheus Peçanha, antes de o FGV Ibre lançar o IPGF, o indicador foi apresentado para técnicos e analistas do Banco Central, que contribuíram para a construção da metodologia. Agora, segundo ele, os técnicos do Ministério da Fazenda estão interessados em entender melhor o indicador. “A grande vantagem desse índice, apesar de ter menos indicadores do que o IPCA, é que ele tenta capturar, de fato, as mudanças de comportamento do consumidor na composição da cesta de compras em função da variação de preços dos produtos”, afirmou.

 

 

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