O diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central, Mauricio Moura, disse nesta segunda-feira (16/10) que o conflito no Oriente Médio, entre Israel e Hamas, pode afetar os preços de importantes ativos no comércio global, como o petróleo, mas ponderou que ainda é cedo para falar sobre os impactos da guerra sobre a inflação brasileira.
“A guerra é um fator terrível e sempre é um drama humanitário, que também tem implicações econômicas”, destacou em live semanal da autoridade monetária para responder dúvidas do público. “A guerra traz novos riscos geopolíticos que podem ter impacto em preços de importantes ativos, principalmente no petróleo, que tem disseminação em outros preços. Entretanto, o conflito está em fase inicial, com incertezas sobre duração e intensidade e seus efeitos sobre a inflação global e local”, acrescentou.
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Moura defendeu que a maioria dos países está atrás do Brasil em relação ao combate à inflação e que parte das economias desenvolvidas ainda estão promovendo apertos na política monetária, enquanto os juros no cenário doméstico começaram a ser reduzidos em agosto.
“Como nós começamos a combater a inflação antes, porque nós percebemos que era um movimento inflacionário mais duradouro e forte, agora temos a confiança necessária do Copom (Comitê de Política Monetária) para levar à frente esse ciclo de redução da taxa básica de juros com segurança, colocando a inflação na meta”, disse.
IPCA
Economistas do mercado financeiro reduziram hoje as projeções para a inflação de 2023, após quatro semanas consecutivas de manutenção. Segundo os dados do Boletim Focus, divulgado pelo BC, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,86% para 4,75%.
Com a queda, a projeção dos analistas passou a ficar no teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) pela primeira vez desde 2020. A meta central de inflação é de 3,25% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,75% e 4,75% neste ano.
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