Por Raphael Pati* — Apesar de garantido pela autoridade monetária dos países, apenas três — Nigéria, Bahamas e Jamaica — implantaram uma Moeda Digital do Banco Central (CBDC) em seus sistemas financeiros. Outras unidades se encontram em fase de testes, como é o caso do yuan digital, da China, que opera nesta fase desde 2020.
No Brasil, o Drex ainda está em fase de "prova de conceito", que vem logo depois do fim das pesquisas. Os dados são do site CBDC Tracker, que mensura em tempo real a situação de cada um dos 119 países que já anunciaram a moeda digital.
"Atualmente, os casos mais relevantes de moedas de bancos centrais referem-se a serviços de pagamentos instantâneos, solução já alcançada com muito sucesso pelo nosso Pix. O Drex avança em relação à experiência internacional, quando tem por objetivo simplificar e democratizar o acesso das pessoas a serviços e produtos financeiros como crédito, investimentos e seguros", assegurou Fábio Araújo, coordenador do projeto do Drex no Banco Central (BC).
A ideia da instituição era disponibilizar o Drex já a partir do próximo ano 2024, mas a implantação corre risco de atrasar e passar para 2025. Segundo Fábio Araújo, a revisão do cronograma foi motivada pela complexidade que envolve o lançamento de uma moeda digital garantida pela autoridade monetária.
Vanguarda
Na avaliação do ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas, o Brasil está avançado na concepção de uma moeda digital. Ele vê com otimismo os novos passos adotados pela instituição.
"O Brasil está um pouquinho à frente, porque nem todo país tem Drex e nem todo país tem Pix", observa.
Para o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo, o surgimento de moedas digitais oficiais pode ser benéfico para a segurança nas transações dentro do ambiente virtual. No caso do Drex, a moeda será diretamente atrelada ao real (1 Drex = R$ 1).
"É importante dizer que a criptomoeda é um ativo para investimento, mas não tem nenhum lastro, não tem nenhuma garantia. O Drex é para utilizar no dia a dia, no sistema monetário e nas trocas, preservando as funções da moeda", explica.
*Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br