Contas públicas

Campos Neto: "Governos precisam começar a abordar a questão fiscal"

O presidente do Banco Central alertou que os países devem prestar mais atenção às contas públicas para evitar novas turbulências

O chefe da autoridade monetária destacou o aumento do endividamento a nível global, após a pandemia da covid-19 -  (crédito: Billy Boss/Câmara dos Deputados)
O chefe da autoridade monetária destacou o aumento do endividamento a nível global, após a pandemia da covid-19 - (crédito: Billy Boss/Câmara dos Deputados)
postado em 10/10/2023 16:22 / atualizado em 10/10/2023 16:25

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou que os países devem prestar mais atenção às contas públicas para evitar novas turbulências, diante de um cenário de maior incerteza global, com tensões geopolíticas e juros elevados para conter pressões inflacionárias.

Ele participa, nesta terça-feira (10/10), do 2023 Global Meeting, evento organizado pelo Emerging Markets Forum, em Marrakech, no Marrocos. “Os governos precisam começar a abordar a questão fiscal. Acho que estamos muito coordenados na política monetária e não estamos muito coordenados na política fiscal. Isso está começando a afetar até mesmo as economias desenvolvidas”, disse, na ocasião.

O chefe da autoridade monetária mencionou que o aumento do endividamento a nível global, após a pandemia da covid-19, junto com a elevação das taxas de juros ao redor do mundo, está começando a impactar as economias mais desenvolvidas, como os Estados Unidos.

“Se não formos capazes de resolver isso de forma que as pessoas olhem para o futuro, em termos de preços de mercado — e vejam que teremos um equilíbrio, pelo menos a médio prazo —, pode haver um distúrbio nos mercados antes de alcançarmos o processo de desinflação”, destacou.

Setor privado

O presidente do BC chamou atenção ainda para o endividamento do setor privado, que, segundo ele, pode ter dificuldade de sustentar pagamentos com os juros globais em patamares elevados. “A liquidez pode secar e há um risco grande, que não estamos seguindo de perto, que é a dívida privada”, afirmou.

Apesar da análise global, para Campos Neto, o Brasil está indo melhor do que outras nações com revisões para cima nas perspectivas de crescimento e aprovação do novo arcabouço fiscal para as contas públicas.

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