São Paulo — A 23ª edição do Futurecom, maior evento de inovação, conectividade e transformação digital da América Latina, realizada no São Paulo Expo, em São Paulo, teve como tema central “Connecting the Interactions – a era da interação de dados, pessoas e negócios conectados”. Com previsão de ampliar em até 25% o público do ano passado, o evento trouxe para a programação um dos temas mais discutidos no momento: a cibersegurança.
No momento em que o mundo passa pela transformação digital, a gestão de dados tornou-se um dos elementos essenciais para empresas e governos, e, com ela, a importância da segurança cibernética para enfrentar desafios com estratégias e soluções inovadoras.
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Segundo pesquisa da Netscout, empresa global de soluções de cibersegurança, o Brasil é o principal alvo de ciberataques na América Latina há quase 10 anos. O inverso também segue a mesma premissa: o país também gera o maior número de ataques na região. O crescimento de ataques no país foi acima da média mundial de 13%, alcançando 19%.
“Com o Brasil no topo das empresas que mais atacam e são atacadas por hackers, investir em cibersegurança é essencial para os negócios. Nos diversos painéis sobre o tema, vamos destacar a importância de adotar medidas preventivas e de bloqueio a ameaças, a partir da utilização de plataformas de dados (cloud, data lake) combinadas com ferramentas avançadas de cibersegurança”, destaca Hermano Pinto, diretor do Portfólio de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, responsável pelo Futurecom.
Palestras
O relatório aponta ainda que as telecomunicações (com e sem fio) e os servidores de processamento de dados são os principais alvos. Os hackers também gostam de setores de logística e corretoras de seguros. Para falar sobre esses assuntos, o Futurecom convidou grandes autoridades em TIC para compartilhar suas experiências e soluções no palco Future Congress.
Durante o evento, houve varias palestras para discutir o tema, entre elas teve um Talk Show do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), sobre tendências tecnológicas em 2024, Jéferson Nobre, Membro do IEEE, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pontuou que "os ataques de engenharia social, centrados nas pessoas, são automatizados com o uso de tecnologias como a IA, usando o processamento de linguagem natural em conjunto com informações obtidas em redes sociais". Segundo ele, esses ataques buscam fragilidades dos humanos a fim de buscar informação privada ou informação sigilosa das organizações.
Para Marcos Simplicio, Membro do IEEE, professor da Universidade de São Paulo (USP), que também participou do Talk Show, " o uso da IA será ainda mais implantado para ataques personalizados para setores específicos, incluindo ataques na cadeia de suprimentos." Para vencer estes desafios, Simplicio recomenda que as empresas e organizações sigam o conceito de Zero Trust, ou confiança zero: "é
preciso fazer verificações e atestações tanto dos dados quanto dos módulos de hardware e software, usando soluções tecnológicas que são fruto de pesquisas acadêmicas".
A palestra sobre “Regulação de dados na Europa e Brasil: as experiências europeias que podem ser importadas e as especificidades brasileiras”, reuniu o presidente da Associação Brasileira de Direito das Tecnologia, da Informação e das Comunicações (ABDTIC), Tomás Paiva; o presidente da Comissão Especial de Proteção de Dados da OAB Nacional, Rodrigo Badaró Almeida de Castro; e o presidente da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Waldemar Gonçalves Ortunho Junior.
Outro seminário que se destacou foi sobre “Transformação e adaptação: quais as mudanças promovidas pelo contactless, carteiras digitais, PIX, biometria e outros métodos de pagamento?” O evento contou com a participação de Marcos Cavagnolli, diretor de Digital Cash Management & Open Finance do Itaú Unibanco; Luciana Bassani, superintendente nacional de Estratégia de Cartões de Crédito da Caixa Econômica; José Henrique Simões Camargo, superintendente executivo da área de Negócios do Bradesco; e Gastão Mattos, sócio-fundador da GMattos.
A economia sem dinheiro em espécie favorece a escolha do cliente em como e onde pagar. O Open Finance é importante para reforçar a segurança dos dados biométricos, possibilitar os diferentes meios de pagamento e proteger informações sensíveis dos consumidores ou para evitar fraudes.
*A repórter viajou a convite do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE)
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