Selic

Inflação tem se mostrado mais resiliente que o esperado, diz Galípolo

O diretor de política monetária do Banco Central disse que há espaço para ajustar o ritmo de contração da taxa básica de juros, sem tirá-la da zona contracionista

Galípolo declarou que o Banco Central não discute a meta da inflação,
Galípolo declarou que o Banco Central não discute a meta da inflação, "apenas persegue a meta" - (crédito: Divulgação)
postado em 05/10/2023 11:45

O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (5/10) que a inflação no Brasil tem se mostrado mais resiliente do que se esperava e reforçou que as expectativas de inflação seguem parcialmente desancoradas, afastadas da meta central, fixada em 3% para os próximos anos. Ele mencionou indicadores como serviços subjacentes e o mercado de trabalho, que também se mostra bastante resiliente, e destacou que há espaço para o BC ajustar o ritmo de contração da taxa básica de juros (Selic), sem tirá-la da zona contracionista.

“A situação do Brasil hoje é que temos espaço para ajustar o nível de contração da política monetária, permanecendo na zona contracionista para levar a inflação à meta, mas ajustando esse nível de contração dado o próprio comportamento da inflação, que caiu e fez o juro real subir”, disse Galípolo, durante o Fórum GRI de Fundos Imobiliários, em São Paulo.

O diretor de política monetária declarou que o Banco Central não discute a meta da inflação, “apenas persegue a meta”, e apontou que a autoridade monetária tem que percorrer uma “última milha” para conseguir a reancoragem total da inflação para dentro da meta.

Galípolo afirmou, ainda, que tanto a inflação quanto o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) surpreenderam positivamente em relação ao começo do ano. “O crescimento surpreendeu positivamente em relação ao começo do ano, era de 1% e, agora, um pouco abaixo de 3%”, ressaltou.

Fiscal

Sobre a desconfiança do mercado com o cumprimento da meta de deficit primário zero em 2024, o diretor do BC explicou que o mercado já incorpora em suas expectativas para o ano que vem, no Boletim Focus, um deficit de 0,8% do PIB. “O tema é como vão funcionar os gatilhos que estão previstos no arcabouço fiscal. Talvez possa existir essa questão de ‘vamos observar como isso vai funcionar’. Nessa ideia, teríamos clareza ou ocorrência desse evento em março.”

E emendou: “Se existe algum tipo de ceticismo, carregar esse ceticismo até março é bastante ruim. Daí a gente vê o esforço da equipe econômica em reafirmar seu compromisso com a perseguição da meta, tema que saiu no comunicado do Copom sobre a função reação para as expectativas”. 

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