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Inflação deve crescer em qualquer cenário de reforma tributária, diz CNA

Estudo aponta que em qualquer cenário de reforma tributária, a inflação vai crescer. No entanto, a adoção de alíquotas diferenciadas podem gerar menos impacto nos preços

Segmento de supermercados, alimentos e bebidas cresceu 1,2% -  (crédito: Arquivo/Agência Brasil)
Segmento de supermercados, alimentos e bebidas cresceu 1,2% - (crédito: Arquivo/Agência Brasil)
postado em 04/10/2023 11:51

Segundo um estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e divulgado nesta quarta-feira (4/10), a inflação deve crescer em qualquer cenário de reforma tributária. Entretanto, o impacto nos preços pode ser menor, se forem adotadas alíquotas diferenciadas (percentual usado para calcular o valor final de um imposto) para insumo do agronegócio e em outras atividades. 

O texto aprovado pela Câmara dos Deputados, em julho deste ano, prevê diferenciação nas alíquotas de serviços em saúde, educação, transporte de passageiros, dispositivos médicos e de acessibilidade, medicamentos e saúde da mulher. Produtos da cesta básica poderão contar com alíquota zero. A proposta aguarda a votação do Senado para seguir à sanção presidencial.

Resultados sobre PIB e Inflação
Resultados sobre PIB e Inflação (foto: Divulgação/CNA/FGV)

A pesquisa, intitulada Reforma Tributária: Impactos para a sociedade brasileira, também destaca que as mudanças na tributação devem contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, a diferenciação na alíquota é fundamental para um resultado positivo, pois o PIB deve crescer mais nos cenários em que há esse percentual diferenciado.

Resultados sobre preços de cesta básica e consumo agregado
Resultados sobre preços de cesta básica e consumo agregado (foto: Divulgação/CNA/FGV)

"A adoção de uma alíquota diferenciada para o agro, com isenção da cesta básica, trará menores impactos
aos preços de bens e serviços à população. O alimento ficará mais barato e a perda de consumo agregado será menor", pontua o estudo.

Além disso, foi projetado aumento da arrecadação fiscal. Nesse caso, as alíquotas diferenciadas devem aliviar o impacto da carga tributária sobre o consumo de bens essenciais à população. "Quanto mais distante da neutralidade fiscal for a reforma, maior deve ser a diferenciação tributária para alimentos e produtos essenciais, de forma a evitar ou diminuir impactos indesejáveis sobre as populações mais vulneráveis", conclui a pesquisa.

Pontos defendidos pela CNA

A confederação ainda divulgou 12 pontos que considera fundamentais para uma proposta de reforma tributária adequada e que alcance todo o Brasil. Confira:

  • Manter os avanços obtidos na Câmara dos Deputados para o agro;
  • Aperfeiçoar alguns pontos da proposta pelo Senado; 
  • Ampliar a redução para 80% da alíquota padrão;
  • Obrigar ao regime do IVA Dual produtores rurais com faturamento acima de R$ 4,8 milhões;
  • Revogar ou aperfeiçoar os Fundos Estaduais;
  • Garantir imunidade do ITCMD sobre pequenas e médias propriedades rurais;
  • Incluir bens de capital agropecuários na alíquota reduzida;
  • Lei Complementar deverá definir os regimes diferenciados;
  • Alíquotas reduzidas não podem gerar anulação de crédito;
  • Garantir que os créditos tributários sejam ressarcidos em até 60 dias;
  • Imposto Seletivo não poder integrar a base de cálculo da CBS e IBS; e 
  • Crédito presumido deve ser integral.

  • Resultados sobre PIB e Inflação
    Resultados sobre PIB e Inflação Foto: Divulgação/CNA/FGV
  • Resultados sobre preços de cesta básica e consumo agregado
    Resultados sobre preços de cesta básica e consumo agregado Foto: Divulgação/CNA/FGV
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