OBITUÁRIO

BC e Armínio Fraga lamentam morte de Tereza Grossi, ex-diretora da instituição

Contadora e administradora morreu na quinta-feira (21/9) e foi a primeira mulher a ocupar uma diretoria do Banco Central. Ex-presidente do BC, Armínio Fraga lamenta a morte e diz que Grossi era uma "funcionária exemplar"

A contadora e administradora Tereza Cristina Grossi Togni, ex-diretora de Fiscalização do Banco Central,  faleceu, na quinta-feira (21/9), aos 74 anos. A diretoria da autoridade monetária lamentou a morte da ex-funcionária, em nota, divulgada nesta sexta-feira (22/9).

"Servidora de carreira da instituição, Tereza Grossi foi a primeira mulher a ocupar um cargo de direção do Banco Central, e deu contribuição valiosa no processo de modernização e profissionalização dos trabalhos da área de supervisão. Neste momento de dor, a Diretoria do Banco Central expressa seus sinceros sentimentos de pesar aos familiares, amigos e colegas de trabalho de Tereza", destacou o comunicado.

Natural de Itajubá, em Minas Gerais, Grossi prestou concurso para entrar no BC em 1984, e, em 1997, chegou ao Departamento de Fiscalização, quando foi transferida para Brasília. Ela foi a primeira diretora mulher do Banco Central, entre março de 2000 e março de 2003, indicada pelo ex-presidente da instituição Armínio Fraga, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Na época, a indicação foi recebida com estranheza no Senado Federal, pois a servidora foi apontada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bancos como uma das responsáveis pela manobra de salvamento dos bancos Marka e FonteCindam, em janeiro de 1999, que foram à falência após o socorro de R$ 1,5 bilhão.

No ano seguinte, Grossi foi denunciada pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, acusada de ter prestado auxílio indevido aos bancos Marka e FonteCindam, lesando os cofres públicos.

 

"Funcionária exemplar"

Procurado, Arminio Fraga disse ao Correio que Grossi foi inocentada das acusações. "Ela cumpriu com seu papel, nada demais", frisou.  Ele também lamentou a morte da ex-diretora que, na avaliação dele, foi uma "funcionária exemplar" e a primeira mulher a assumir uma diretoria do Banco Central do Brasil, durante o período em que ele presidiu o órgão, de 1999 a 2002.

"Foi bom demais contar com a colaboração de uma colega tão competente e corajosa", escreveu Fraga, em depoimento enviado ao Valor Econômico e ao Correio.

 

 

 

 

 

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