Investimentos

Em busca de investidores para PAC, Tebet fala em deficit zero em 2024

Em evento promovido pela Fundação Conselho Espanha-Brasil, a ministra destacou a aprovação do novo regime fiscal, que prevê o deficit zero já em 2024. Mas disse que não é hora de falar em cortes

Em encontro com empresários espanhóis, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, apresentou o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como boa oportunidade de negócios para investidores estrangeiros. Ao afirmar que o governo projeta um total de R$ 1,7 trilhão nos próximos quatro anos, a ministra destacou que o programa prevê concessões e parcerias público-privadas em diversos setores.

“Este PAC olha para o setor privado como parceiro para o desenvolvimento do Brasil”, disse a ministra, durante almoço de trabalho na Casa da América, em Madri. O evento foi organizado pela Fundação Conselho Espanha-Brasil, entidade privada sem fins lucrativos, que promove e apoia ações com o objetivo de ampliar e aprofundar as relações bilaterais entre os dois países.

Entre os participantes do almoço estavam representantes de diferentes empresas que já investem no Brasil na área de infraestrutura e serviços, como Acciona, Repsol, Iberdrola, Telefónica. Arteris e Indra, além de Santander e Mapfre. O embaixador do Brasil na Espanha, Orlando Leite Ribeiro, também participou do encontro.

Tebet garantiu aos empresários que o governo brasileiro está comprometido com a responsabilidade fiscal, citando o novo regime fiscal, que prevê que o país deve zerar o deficit fiscal em 2024. “Este ano foi o ano de repor políticas públicas que foram abandonadas e deixadas sem reajuste, como a merenda escolar e o farmácia popular. Por isso este não é o ano de falar em cortes, mas em qualidade do gasto público. Para o próximo ano, com apoio do presidente Lula e dos demais ministros da Junta Orçamentária, vamos cortar o que não é eficiente para garantir o deficit zero”, disse a ministra para os empresários.

Tebet também lembrou que no começo do ano falava-se em crescimento de 0,9% e agora as projeções já apontam para uma alta de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, em um cenário de inflação abaixo de 5% e deflação no preço dos alimentos. O economista-chefe global do Santander, Juan Cerruti, reconheceu que a instituição foi uma das que se surpreenderam positivamente com o crescimento do Brasil, pois mantinha uma previsão de crescimento de cerca de 1%.

O acordo União Europeia-Mercosul também foi um dos assuntos tratados no encontro. Tebet contou que o Brasil e os demais membros do bloco entregaram uma carta de duas páginas aos europeus reafirmando o interesse no acordo, e que as delegações brasileira e europeia estão intensificando as negociações. “Os países do Mercosul têm interesse no acordo. Não é fácil, mas é possível. O presidente Lula quer assinar esse acordo o mais rápido possível”, afirmou.

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