O preço dos combustíveis no Brasil não para de subir. De acordo com um levantamento realizado pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL), a média do preço da gasolina comum no país atingiu R$ 6,02 por litro no período de 1º a 13 de setembro. Na comparação com todo o mês de agosto, houve um avanço de 3,44% no valor final do combustível na bomba.
Entre as regiões brasileiras, a que apresentou a menor variação durante esse período foi o Sul, que teve aumento de 2,77%, enquanto a maior alta foi registrada na região Sudeste, onde houve alta de 3,91%. O maior valor foi encontrado na Região Norte, onde o preço médio é de R$ 6,55. Em nenhuma região analisada pela pesquisa houve redução no preço da gasolina.
- Com reajuste, preço da gasolina pode ficar R$ 0,30 mais caro no DF
- Petrobras bate recordes de produção com melhor resultado desde 2015
Na comparação entre estados, o valor mais alto, durante a primeira quinzena de setembro, foi registrado no Amapá, onde o litro da gasolina comum era vendido na bomba por R$ 6,68, em média. Enquanto isso, em São Paulo, foi encontrado o menor valor médio, de R$ 5,78. O maior aumento ocorreu na Paraíba, onde o preço médio era de R$ 6,04 por litro do produto.
No DF, a situação não é diferente. A média do preços da gasolina comum já chega próximo ao patamar dos R$ 6. Em um posto no Sudoeste, o combustível era vendido na tarde de ontem por R$ 5,89. Para a policial militar reformada, Gianne Souza, de 57 anos, que vive em Brazlândia, os valores da gasolina em sua cidade "estão um absurdo". "Não entendo o porquê, mas sempre estou abastecendo em Taguatinga", disse a aposentada.
Etanol é mais vantajoso em 15 unidades da Federação
Em 15 estados e no DF, o etanol é mais vantajoso do que a gasolina comum. Por conta disso, muitos consumidores optam por abastecer com álcool, como o representante médico Jailton Almeida, de 35 anos. "Troquei gasolina por álcool. Não consigo diminuir as viagens de carro porque o meu trabalho depende disso", desabafou.
Os combustíveis podem ficar ainda mais caros para o consumidor por conta da aprovação do Projeto de Lei Complementar 136/23 na Câmara dos Deputados, na última quinta-feira. O projeto antecipa compensações a estados e municípios pela queda na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Cotação internacional
A preocupação é que a lei possa dar margem a interpretações que alterem o valor da alíquota atual do ICMS, que varia entre 17% e 23%. No entanto, para o consultor de Economia da BMJ Consultores Associados, Guilherme Gomes, o novo modelo de tributo não deve alterar substancialmente o preço atual dos combustíveis, se o preço internacional permanecer controlado.
"Se o preço dos combustíveis subir, o ICMS que será pago por litro do produto também aumentará. Assim, o custo dos combustíveis poderá aumentar caso haja uma alta internacional do produto, tanto por causa de um maior do preço do insumo, quanto pelo maior valor que será pago de ICMS. Ainda assim, esse possível aumento do preço por causa do novo modelo de cobrança do ICMS não é algo que necessariamente vá ocorrer", avaliou o especialista.
*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo
Saiba Mais