As altas temperaturas registradas em todo o país nos últimos meses foram as principais responsáveis pelo aumento do consumo de energia elétrica em agosto e, também, no acumulado do ano. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), a carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) no mês passado aumentou 3,1% em relação a agosto de 2022, somando 72,7 mil MW médios (Mwmed). Na comparação com julho, houve ampliação da carga em 3,5%. O calor acima da média que o brasileiro tem suportado neste inverno estimula o uso mais intenso de aparelhos de ar-condicionado, geladeira e outros equipamentos, inclusive industriais, que impacta diretamente na demanda por eletricidade.
No acumulado dos oito primeiros meses de 2023, a expansão foi de 2% se comparada ao mesmo período de 2022, mesmo percentual do crescimento acumulado nos últimos 12 meses terminados em agosto na comparação com o período de setembro de 2021 a agosto do ano passado. Os dados constam do Boletim de Carga Mensal do ONS, divulgado nesta quarta-feira (27/9).
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A análise dos subsistemas, todas as regiões do país registraram elevação da demanda, com destaque para o Subsistema Norte, que registrou os números mais expressivos, com crescimento de 10,7% (7,5 mil MWmédios), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste, com 3% (41,1 mil MWmed). A carga de energia elétrica consumida no submercado do Nordeste registraou avanço de 1,8% (11,8 mil Mwmed), enquanto no Sul a expansão ficou em apenas 0,7% (12,2 mil MWmed).
De acordo com o ONS, no acumulado dos últimos 12 meses, todas as regiões registraram padrão de expansão: Norte (11,9%), Nordeste (2,5%), Sul (1,1%) e Sudeste/Centro-Oeste (0,6%).
“Os resultados da carga são impactados por diferentes fatores. Em agosto, por conta das temperaturas elevadas, acima da média do período, e dos baixos totais de precipitação houve maior utilização de aparelhos de refrigeração, houve reflexo no indicador. Além disso, os fatores econômicos também têm influência sobre a dinâmica da carga”, explicou o ONS, no boletim mensal.
Para setembro, a previsão do ONS é ampliação mais forte da demanda por causa da bolha de calor extremo que atinge o país. A projeção para este mês é de crescimento de 5,8% na média Brasil, com altas em todas as regiões.
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