Liderança feminina

Liderança feminina nas empresas tem aumento constante, mas "silencioso"

De acordo com o estudo 'Panorama Mulheres 2023', apesar do crescimento da presença de mulheres nos cargos de presidência da empresa ser pequeno, isso já representa uma conquista — sobretudo no período pós-pandemia

Raphaela Peixoto
postado em 26/09/2023 20:16 / atualizado em 26/09/2023 20:18
Mulheres em posições de liderança: estudos afirmam que seu crescimento é constate, porém silencioso -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Mulheres em posições de liderança: estudos afirmam que seu crescimento é constate, porém silencioso - (crédito: Reprodução/Freepik)
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O número de mulheres ocupando cargos de alta liderança no Brasil tem aumentado constante, porém de forma "silenciosa".  É o que aponta o estudo Panorama Mulheres 2023, realizado pelo Talenses Group em conjunto com o Insper e divulgado em maio pelo HSM Management.

De acordo com o estudo, a discrepância "continua a ser bem grande" — somente 17% dos cargos de presidência das empresas são ocupados por mulheres. Apesar de demonstrar uma minoria, o número também é comemorado, já que significa importante aumento em relação aos últimos anos. A título de comparação, em 2019 era 13% e em 2017 — primeiro ano da pesquisa — apenas 8%.

“A gente sabe que existem problemas, (mas) faz parte de um processo decisório mais robusto trazer dados para a discussão”, pontua a professora do Insper e uma das coordenadoras do Panorama Mulheres 2023, Ana Diniz.

Mulheres no serviço público

No âmbito do serviço público também teve aumento na participação de mulheres em cargos de alta liderança na administração pública federal. O número  saltou de 29%, em dezembro do ano passado, para 34%, em abril de 2023, portanto um crescimento de 17% em quatro meses, como divulgou a ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, em maio. Segundo o Observatório de Pessoal da pasta, em 2019, a marca era ainda menor: 26%.

Apesar do crescimento, um estudo de 2022, da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que as mulheres ainda enfrentam obstáculos e questionamentos no ambiente profissional e sentem ainda mais necessidade de estarem sempre aprendendo, de terem que se provar mais e ter constante auto posicionamento. Além disso, elas também têm que enfrentar dificuldades e preconceito de conciliar a vida profissional com a pessoal, e principalmente com a maternidade.

Para Carina Bellini, gerente jurídica da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp), ser mãe não é um impedimento para a mulher conquistar o sucesso profissional. “É importante para os meus filhos verem que os pais trabalham e enfrentam desafios, para que eles também corram atrás do seu futuro profissional”, pontua.

*Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes

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