O número de imóveis novos comercializados no Brasil registrou uma alta de 9,8% no primeiro semestre de 2023, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (26/9), durante a 6ª edição do Fórum Incorpora, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O indicador foi medido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Em meio a um cenário econômico desafiador imposto pela taxa básica de juros (Selic) ainda em um patamar ainda alto, o segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) teve destaque e mostrou uma grande força nas vendas: aumento de 22,8% sobre igual intervalo do ano passado.
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Já as vendas de imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida registraram um crescimento de 4,2%. De acordo com a associação, as mudanças no programa já refletiram em um aumento no número de lançamentos no segmento, que avançaram 17,2% no primeiro semestre, o que deve implicar em um aumento das vendas do segmento nos próximos meses.
Os imóveis de alto padrão, por sua vez, apresentaram uma forte queda de 59,4% no número de lançamentos. “O segmento foi fortemente influenciado pelas altas taxas de juros, que prejudicaram o acesso aos financiamentos imobiliários pelo SBPE (Sistema Brasileiro Poupança e Empréstimos), inviabilizando a compra de imóveis para compradores de média renda”, destacou a Abrainc, em nota.
Para o presidente da Abrainc, Luiz França, os números refletem, além da dinâmica do mercado brasieleiro, a importância de programas de habitação popular, como o Minha Casa Minha Vida. "O primeiro semestre de 2023 se caracterizou pelo crescimento notável das vendas no mercado imobiliário brasileiro, apesar de uma queda nos lançamentos”, destacou.
França afirmou que entre os desafios o setor ainda enfrenta um forte deficit habitacional e o principal empecilho para o setor no momento ainda é a alta taxa Selic. Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu os juros de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano.
“Esperamos para os próximos meses um grande crescimento no mercado da habitação popular. Precisamos de alternativas para diminuir o custo de funding para os compradores de média renda. Desse modo, o mercado imobiliário vai seguir com o desafio de gerar empregos e combater o déficit habitacional", disse o executivo.
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