Em reunião ministerial dos países da América Latina e Caribe (Celac) e União Europeia (UE), nesta sexta-feira (15/9), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet defendeu que não será possível acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia sem criar oportunidades econômicas de emprego e renda para moradores da região.
“Quando essas oportunidades não existem, abre-se espaço para atividades ilegais, como garimpo, tráfico de drogas e invasão de áreas públicas”, destacou. A declaração foi dada em um café da manhã paralelo ao evento, organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o tema “Diálogo de Alto Escalão sobre a Amazônia: Uma oportunidade de colaboração”.
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O encontro oficial, que acontece em Santiago de Compostela, na Espanha, reúne ministros da Economia e Finanças dos países que compõem os grupos para debater a agenda global de investimentos e o estado atual da rede de segurança financeira global. A reunião deu sequência à III Cúpula da Celac-UE realizada em julho, em Bruxelas, que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tebet destacou, hoje, a queda dos alertas de desmatamento na Amazônia, mas ponderou que a questão ambiental não pode ser resumida a isso. “O desenvolvimento sustentável tem três pilares: o ambiental, o social e o econômico. Todos igualmente importantes.”
À tarde, a ministra representou o governo brasileiro na sessão de debates com ministros da União Europeia, América Latina e Caribe. Ela afirmou que as tragédias climáticas que ocorreram recentemente no Rio Grande do Sul e no norte da Líbia foram novos alertas da urgência da agenda ambiental.
Segurança financeira
Outro assunto debatido foi a rede de segurança financeira global. Sobre o tema, Tebet apontou que a nova governança precisa estar a serviço da produção, do trabalho e do emprego, e que “os esforços devem estar direcionados à eliminação da fome, à redução da pobreza e da desigualdade, bem como ao cumprimento dos objetivos de desenvolvimento sustentável”.
A ministra pediu ainda uma mobilização de recursos para promover o desenvolvimento sustentável. “O Brasil defende que os países ricos cumpram seus compromissos de destinar 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) para ajuda ao desenvolvimento e mobilizar pelo menos US$ 100 bilhões por ano em recursos novos, adicionais e previsíveis para o combate à mudança do clima em países em desenvolvimento”, ressaltou.
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