O volume de vendas do varejo registrou alta de 0,7% em julho, após três meses com resultados próximos de zero. Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (15/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma alta de 2,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. No ano, o comércio acumula 1,5%, e 1,6% nos últimos 12 meses.
Com o resultado de julho, o comércio varejista do país está 2,2% abaixo do nível recorde da série, de outubro de 2020. Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, a variação mensal demonstra um cenário de estabilidade e ainda não é um crescimento pronunciável.
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Dólar e antecipação da Black Friday
Quatro das oito atividades tiveram alta no mês, com destaque para os equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com a maior expansão, de 11,7%. A atividade é a que apresenta a maior volatilidade no ano, com resultados de grande amplitude, tanto no campo negativo quanto no positivo.
De acordo com o pesquisador, o dólar e mudanças na política de importação ajudam a explicar a alta. “Houve algumas mudanças na questão da tributação das importações, que acabam oferecendo um ímpeto maior na variação dessa atividade”, justifica.
A segunda maior alta foi no setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que apresentou expansão de 8,4% na passagem de junho para julho. Santos explica que o setor vem de um comportamento negativo nos últimos meses, influenciado pela crise contábil de grandes cadeias.
“A alta vem muito por conta da base de comparação baixa, mas também houve promoções pontuais. Algumas grandes lojas realizaram uma espécie de antecipação de Black Friday. Embora tenha sido algo bastante específico, focado, e não tenha atingido a atividade como um todo, foi suficiente para dar essa virada de trajetória”, afirma.
Alimentos
O setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que representa mais de 45% da pesquisa, também apresentou alta, de 0,3%. Embora próxima de zero, essa expansão, somada à alta do mês anterior, faz o setor de alimentos chegar a crescimento de 1,7% no bimestre, após queda em maio.
O resultado se deu devido a uma pressão menor da inflação, atuando no aumento da receita das empresas. A outra atividade que fechou julho no campo positivo foi artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com variação de 0,1%.
Pelo lado das quedas, as atividades de destaque foram Tecidos, vestuário e calçados (-2,7%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%). A primeira vem acumulando forte queda nos últimos meses, ligada à crise contábil das grandes cadeias varejistas.
Já a segunda, que vem de trajetória de recuperação neste ano, recuou devido a uma base alta de comparação, de acordo com a pesquisa. Móveis e eletrodomésticos (-0,9%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,1%) fecham as variações negativas de julho.
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