Conjuntura

Puxado por transportes, setor de serviços avança 0,5% em julho

Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE, a principal influência veio do transporte de cargas e tem relação com o comércio eletrônico

A principal influência veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, terceira taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,8% nesses três meses -  (crédito: Wagner Menezes/Scania/Divulgaçã)
A principal influência veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, terceira taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,8% nesses três meses - (crédito: Wagner Menezes/Scania/Divulgaçã)
Rafaela Gonçalves
postado em 14/09/2023 09:38 / atualizado em 14/09/2023 09:38

O volume do setor de serviços no país cresceu 0,5% em julho frente ao mês anterior. Segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta quinta-feira (14/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trata-se da terceira variação positiva seguida do indicador, que acumula alta de 4,5% no ano, frente ao mesmo período do ano passado. Já o acumulado em 12 meses foi de 6,0%.

Três das cinco atividades pesquisadas ficaram no campo positivo, com destaque novamente para os transportes, que avançou 0,6%, setor com o maior impacto sobre o resultado geral do índice. A principal influência veio do transporte de cargas, que avançou 1,4%, terceira taxa positiva seguida, acumulando ganho de 5,8% nesses três meses. Com isso, a categoria atingiu nova máxima na série histórica.

Segundo o analista econômico do IBGE, Rodrigo Lobo, uma das explicações para o crescimento da atividade de transporte rodoviário de cargas desde o pós-pandemia é a mudança de paradigma em relação ao comércio eletrônico.

“Houve um ‘boom’ com a migração das lojas físicas para as plataformas digitais. Hoje esse fator perde para a questão agrícola, uma vez que o LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola) vem prevendo uma série de recordes de safra para o milho e a soja. Isso aumenta muito a demanda do transporte de cargas, tanto pelo fluxo de insumos, como os fertilizantes, quanto pelo próprio escoamento da produção agrícola”, explicou.

Os serviços prestados às famílias avançaram 1,0%, acumulando um ganho de 4,9% entre abril e julho. “Os principais impactos no mês vieram da alta das receitas das empresas de restaurantes, hotéis e parques de diversão, que costumam crescer nos períodos em que as famílias saem de férias”, destacou o pesquisador.

O setor de serviços prestados às famílias segue como o único a não superar o patamar pré-pandemia. Em julho, ele operava 1,7% abaixo do nível de fevereiro de 2020, o menor distanciamento já registrado.

Já os outros serviços ficaram estáveis, com a variação de 0,3% em julho, o segmento recuperou em parte a queda de 0,4% no mês anterior. O resultado foi impulsionado pelos serviços financeiros auxiliares, que é o segmento mais importante em termos de receita.

Quedas

Por outro lado, as duas atividades investigadas pela pesquisa que tiveram resultados negativos em julho foram serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) e informação e comunicação (-0,2%).

No caso do primeiro, a queda veio após um crescimento de 1,1% no mês anterior. “A retração nos serviços profissionais, administrativos e complementares é explicada principalmente pela perda de receita de empresas de atividades jurídicas, que haviam crescido no mês anterior devido a ganhos de causas judiciais”, avaliou Lobo.

Já a atividade de informação e comunicação ficou no campo negativo pelo segundo mês seguido na comparação com o mês anterior. Em julho, os setores que mais influenciaram esse resultado foram os de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na internet, de desenvolvimento e licenciamento de softwares e de distribuição de programas de TV.

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