moeda chinesa

Haddad confirma proposta de acordo com a Argentina para usar yuan em transações

Governo brasileiro espera resposta do país vizinho para avançar com as negociações. Ministro da Fazendo está na África do Sul, acompanhando na comitiva do presidente Lula

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o envio de uma proposta para o governo argentino sobre o uso do yuan (moeda oficial da China) em transações comerciais entre os dois países. A declaração foi dada nesta quarta-feira (23/8), entrevista coletiva de imprensa na África do Sul — onde ele acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 15ª Cúpula do Brics. 

“Nós já encaminhamos para o governo argentino uma proposta, com a garantia do Banco do Brasil de fazer um câmbio para reais a partir desta garantia”, revelou o ministro. De acordo com ele, o governo espera apenas uma resposta da Argentina, para avançar com a ideia.

Atualmente, o comércio entre os dois países é realizado apenas em dólar. Caso a nação vizinha aceite a proposta, um primeiro teste de câmbio no patamar de R$ 100 milhões será conduzido pelo Banco do Brasil.

“Nós encaminhamos para as exportadoras brasileiras uma coisa boa, será uma boa notícia se a Argentina concordar, porque eles podem ter um refluxo de renda dos seus produtos com 100% de garantia, e (para) o Brasil, sem problemas, porque a garantia é que, quando passar do yuan para o real, isso tranquilize também o tesouro nacional, porque não há risco”, disse, ainda, Haddad.

O ministro evitou falar sobre as eleições na Argentina, que vão ocorrer no final do mês de outubro. O líder nas pesquisas, o ultraliberal Javier Milei, dentre outras propostas, defende a saída do país do Mercosul, o que pode impedir o avanço das negociações entre as duas nações sobre o uso da moeda chinesa.

*Estagiário sob a supervisão de Luana Patriolino