A produção industrial do país variou 0,1% na passagem de maio para junho, marcando a segunda taxa no campo positivo consecutiva. Segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (1°/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano, o acumulado da indústria é de retração de 0,3%, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses foi de acréscimo de 0,1%.
O analista da pesquisa, André Macedo, destacou que os dois últimos meses de variação positiva ainda não revertem a perda de abril, quando a taxa foi -0,6%. “Ainda que o primeiro semestre de 2023 mostre saldo positivo de 0,5% quando comparado com o patamar de dezembro de 2022; o ritmo está muito aquém do que o setor precisa para recuperar as perdas do passado recente, afinal, ainda se encontra 1,4% abaixo do patamar pré-pandemia de fevereiro de 2020”, avaliou.
- Indústria cresce 0,3% em maio, mas ainda não recupera patamar pré-pandemia
- Fiesp mantém projeção de queda de 0,5% da produção industrial em 2023, afetada por juros altos
- Confiança da indústria retrocede 1,6 ponto em maio ante abril, diz FGV
A maior influência positiva nos grupos de atividades veio de indústrias extrativas, que avançou 2,9% em junho depois de crescer 1,4% em maio. “Há uma relação muito clara com o setor extrativo, que exerce uma liderança em termos de crescimento, com expansão de 5,8% nos primeiros seis meses do ano, com destaque para minério de ferro e petróleo”, ressaltou.
Segundo Macedo, o setor extrativo é um dos poucos que estão acima do patamar pré-pandemia, com 7% de alta perante o nível de fevereiro de 2020. “São cinco taxas positivas em seis meses, influenciado pelo avanço na extração de petróleo e minérios de ferro”, afirmou.
Outros setores que contribuíram para o resultado de junho foram confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,9%), de produtos de borracha e de material plástico (1,2%) e de produtos de metal (1,2%). Já entre as 16 atividades em queda, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,0%) e máquinas e equipamentos (-4,5%) exerceram os principais impactos.