Funcionalismo

Possível reajuste salarial de 1% revolta servidor

Servidores federais podem ter reajuste de apenas 1% em 2024. Governo diz que, até agora, tem apenas R$ 1,5 bilhão para aumento de salários na proposta orçamentária que será encaminhada ainda nesta semana ao Congresso

Para Rudinei Marques, proposta é
Para Rudinei Marques, proposta é "ridícula" - (crédito: Crédito:Reprodução/Youtube.)
Rosana Hessel
postado em 30/08/2023 04:00

A poucos dias de o Executivo enviar o Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) de 2024, os servidores levaram um banho de água fria do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) sobre a perspectiva de reajuste salarial em 2024. Em reunião com cerca de 20 dirigentes de entidades representativas dos servidores, o novo secretário de Relações de Trabalho do MGI, José Lopez Feijóo, disse que há R$ 1,5 bilhão reservado no Orçamento do ano que vem para o reajuste, mas acrescentou que a pasta vai "trabalhar para ampliar os recursos disponíveis", e que, se houver o aumento de arrecadação esperado pelo governo para o segundo semestre, "haverá mais espaço para reajuste".

A informação deixou os representantes do funcionalismo indignados, de acordo com o presidente do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques. Pelas contas dele, esse montante representaria menos de 1% de reajuste para os servidores civis ativos da administração federal, cuja folha salarial foi de R$ 139,3 bilhões no ano passado.

"Os dirigentes ficaram mais revoltados do que frustrados. Não se faz uma reunião para anunciar que tem só R$ 1,5 bilhão para os reajustes. Melhor nem fazer reunião, pois vários representantes precisam se deslocar de suas bases, em outros estados, para comparecer a um encontro de pouco mais de meia hora", disse Marques ao Correio. "Sabemos que é uma conversa inicial, mas é ridículo", acrescentou.

Na avaliação de Marques, o governo federal, não está cumprido a promessa de que, ao contrário da gestão anterior, ouviria mais o funcionalismo. Segundo ele, nas últimas medidas anunciadas, como o Programa de Gestão e Desempenho (PGD) e o concurso público unificado, os servidores não foram ouvidos com antecedência. "Se o governo quer fazer um único certame para que os concurseiros profissionais não fiquem fazendo várias provas e depois troquem por outros cargos melhor remunerados, vai reduzir as chances dos que têm menos tempo para estudar", criticou. "Está tudo muito estranho. É preciso um diálogo mais efetivo", disse.

 

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