Sem captar ainda o efeito da queda da taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano, realizada em agosto, a taxa média de juros no crédito livre mostrou leve redução em julho ante junho. Segundo o relatório Estatísticas Monetárias e de Crédito, o percentual caiu de 44,6% ao ano para 44,3% ao ano. Por outro lado, nos empréstimos concedidos a empresas, o índice de inadimplência aumentou 0,2 ponto percentual, atingindo 3,3%. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (28/8) pelo Banco Central.
Os dados apontam que para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre também cedeu, de 59,1% para 58,5% no ano de junho para julho. No segmento de pessoas jurídicas, a taxa variou de 23,0% (dado revisado) para 23,3% entre os dois meses.
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O relatório do Banco Central também mostrou que o comprometimento das famílias para pagar empréstimos teve um aumento de 0,2 ponto porcentual, passando de 28,1% em maio para 28,3% em junho. No entanto, esses dados são anteriores ao lançamento do programa de renegociação de dívidas Desenrola, apoiado pelo governo federal.
Cartão de crédito
Outro destaque do levantamento foi o aumento da taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito, que subiu de 437% para 445,7% ao ano entre junho e julho. Essa informação surge em meio às discussões entre o governo e os bancos para reduzir os juros dessa modalidade de crédito, considerada a mais cara do país. Enquanto isso, no crédito pessoal, a taxa média de juros subiu de 91,3% para 92,7% ao ano em julho.
Esses aumentos contrastam com a tendência de queda das taxas de juros de outros produtos de financiamento nos bancos. Por exemplo, no cheque especial, a taxa passou de 134,5% em junho para 132,5% em julho, e no crédito consignado para trabalhadores do setor privado, a taxa caiu de 38,9% para 38,5% ao ano. Em média, os empréstimos para pessoas físicas tiveram uma taxa de juros de 58,5% em julho, em comparação com 59,1% em junho.
Ao mesmo tempo, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nesta segunda-feira (28/8) uma piora nas projeções dos bancos para o crescimento do crédito e da inadimplência. Agora, espera-se que as operações de financiamento encerrem 2023 com um aumento de 7,6%, em comparação com a expectativa anterior de 7,8%. Além disso, a expectativa para o índice de inadimplência no crédito livre em 2023 subiu para 4,9%, ante 4,8% na pesquisa anterior.
"Apesar da revisão baixista, vale notar que a expansão esperada para esta carteira ainda é elevada, próxima a dois dígitos, beneficiada pelo novo Plano Safra, programas públicos de crédito e alguma retomada das operações do BNDES", afirma em nota o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, Rubens Sardenberg.
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