TURISMO

Sabino diz que governo pode propor regulação do mercado de milhas

Ministro do Turismo descartou um risco sistêmico no setor por conta da crise da 123 Milhas, mas ponderou que a segurança do modelo da empresa deve ser analisada pelo governo

Governo pode regular o mercado de venda de milhas, apontou o ministro do Turismo, Celso Sabino -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Governo pode regular o mercado de venda de milhas, apontou o ministro do Turismo, Celso Sabino - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Henrique Lessa
postado em 22/08/2023 19:34 / atualizado em 22/08/2023 19:38

O ministro do Turismo, Celso Sabino, disse, nesta terça-feira (22/8), que não observa nenhum risco ao setor com a crise da 123 Milhas — que  suspendeu pacotes e a emissão de passagens promocionais já vendidas. O chefe da pasta conversou com os jornalistas após um almoço da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília, e disse que o governo segue analisando a viabilidade e segurança jurídica do modelo de negócio da empresa.

Para ele, essa análise pode levar o governo a concluir que o modelo de negócio não representa um risco ao consumidor e que a situação da empresa é um caso isolado. Também há possibilidade de que o Executivo avalie que o mercado de venda de milhas necessita de regulação. 

“A análise que está sendo feita pelo governo da viabilidade, da segurança jurídica desse modelo de negócios, com a conclusão dessa análise possamos chegar em duas alternativas. A primeira é que o modelo de operação é viável, que é um negócio seguro. Mas é possível também, que cheguemos à conclusão de que o modelo de operação não garante a segurança e a tranquilidade dos turistas brasileiros. Nessa hipótese, o governo vai, em parceria com o Congresso Nacional, tomar providências para coibir práticas que venham a prejudicar o consumidor”, disse o Sabino.

Questionado  se as providências do governo seria propôs um marco regulatório para o setor, o ministro afirmou que o esforço no legislativo é sempre a defesa dos direitos do consumidor e que “muitos eventos precisam acontecer para que a sociedade tenha o entendimento de que precisa regulamentar ou legislar sobre aquele assunto, a sociedade que nós vivemos está em constante transformação”.

Em entrevista ao Correio, em março, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, já criticava o modelo da 123 milhas. “Não tem banco, não tem financiamento, não tem 123 Milhas, (o programa Voa Brasil) é outro público. Temos 90 milhões de passageiros, mas só 10 milhões de CPFs realmente voam”, disse à época.

Celso Sabino reconheceu que o modelo de milhas pode ter estimulado a atividade turística no país, “muitos brasileiros se beneficiaram com o preço abaixo e viajaram sem ter nenhum tipo de problema”, destacou.


 

 

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