O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse, nesta terça-feira (22/8), que a divergência de opiniões entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) foi apenas sobre como iniciar o ciclo de corte de juros. Segundo ele, “a divergência que existiu é muito menor do que pode parecer”. A declaração foi dada em reunião do Conselho Superior de Economia (Cosec) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No início de agosto, o colegiado reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, passando de 13,75% para 13,25% ao ano. A decisão dividiu os membros da sua diretoria em 5 a 4, e marcou a primeira queda na taxa básica de juros em três anos.
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Galípolo destacou que a reancoragem parcial das expectativas de inflação permitiu o início do ciclo de cortes de juros, mas sinalizou que o nível contracionista da taxa de juro real só poderia ser flexibilizado quando a autoridade monetária verificar a reancoragem total das expectativas de inflação de prazos mais longos.
"Existia muita discussão sobre o quanto a decisão do Conselho Monetário Nacional [CMN, sobre a manutenção da meta de 3%] iria conduzir a uma reancoragem ou não. Daí a devida parcimônia é uma questão hoje que aflige a maior parte das autoridades monetárias no mundo”, pontuou.
O diretor do BC avaliou: “Analisando o que está acontecendo, o Brasil tem espaço para iniciar esse ciclo de corte, mantendo a política monetária numa zona contracionista e observando quando vai se dar essa reancoragem total.”
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