Mercados

Bolsa volta ao campo positivo e sobe 0,37%

Depois de 13 pregões consecutivos de baixa, Ibovespa registra alta de 0,37% neste sexta-feira (18). Desaceleração da economia chinesa e juros elevados nos Estados Unidos geram insegurança nos investidores

Enfraquecimento da economia chinesa e juros elevados nos EUA ainda preocupam investidores -  (crédito: Pixabay/Divulgação)
Enfraquecimento da economia chinesa e juros elevados nos EUA ainda preocupam investidores - (crédito: Pixabay/Divulgação)
Rosana Hessel
postado em 19/08/2023 03:50

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou a semana com leve alta, nesta sexta-feira (18), após 13 pregões consecutivos de queda. O Índice Bovespa (Ibovespa), principal indicador da B3, fechou o dia em 115.408 pontos, com avanço de 0,37% em relação à véspera, enquanto as bolsas norte-americanas continuaram andando de lado diante da expansão modesta da economia chinesa, abaixo das previsões, e da expectativa da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), em Jackson Hole, no estado de Wyoming (EUA), entre os dias 24 e 26 deste mês.

O volume de negócios da B3 somou R$ 21,8 bilhões. No ano, o IBovespa ainda acumula alta de 5,17% apesar da queda de 5,36% neste mês. Em Nova York, o Índice Dow Jones subiu 0,07%, enquanto a Nasdaq, bolsa das empresas de tecnologia, recuou 0,2%. O dólar norte-americano teve desvalorização de 0,27%, ontem, fechando o dia cotado a R$ 4,968 para venda no câmbio comercial.

A agitação do mercado gira em torno das notícias de que a incorporadora chinesa Evergrande, fortemente afetada pelo enfraquecimento da economia do país asiático, entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA. Além disso, cresce o número de construtoras estatais chinesas relatando perdas nos balanços do primeiro semestre do ano.

O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, durante o evento anual do BC dos EUA, também é aguardado, porque ele deverá sinalizar a direção da política monetária do banco central norte-americano para reduzir a inflação, em meio a um crescimento econômico mais forte do que o esperado.

A expectativa é de que ainda não ocorram cortes nos juros e, por conta disso, os títulos soberanos do Estados Unidos continuam em alta, com o dólar valorizado frente às moedas emergentes, apesar da volatilidade elevada. Os principais índices de Nova York recuaram mais 2% na semana até o início da tarde desta sexta-feira.

"O cenário externo está mais negativo neste mês de agosto. Apesar dessas baixas consecutivas na Bolsa, a tendência é de que a gente tenha mais quedas de juros aqui no Brasil até o fim do ano, com os bancos centrais dos EUA e da Europa também chegando ao fim do ciclo de alta (de juros). Com essa estabilidade nos juros externos, é possível um fluxo maior para a renda variável, em vez da renda fixa", disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Insegurança

Ele avaliou que os investidores sentem certa insegurança em relação a entrar na Bolsa. "Eles estão com dúvidas, porque as taxas da renda fixa ainda estão em patamares elevados, acima de dois dígitos. Essa queda do valor das ações nos últimos dias pode ser uma porta de entrada para quem ficou fora da Bolsa entre maio e julho, quando houve boa valorização. Agora, há uma chance para quem perdeu aquele movimento", explicou.

Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, lembrou que, normalmente, agosto é um mês ruim para a Bolsa, e, particularmente, o novo governo teve um período curto de bonança.

 

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