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Para Haddad, decisão do BC não causou turbulência nos mercados

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebate análises de que a decisão do Copom de acelerar redução de juros tenha provocado instabilidade na bolsa e nos mercados de câmbio e juros

Edla Lula
postado em 05/08/2023 03:55
Para Fernando Haddad, oscilações nos mercados foram provocadas por turbulência no mercado de títulos dos Estados Unidos  -  (crédito:  Diogo Zacarias/Ministerio da Fazenda)
Para Fernando Haddad, oscilações nos mercados foram provocadas por turbulência no mercado de títulos dos Estados Unidos - (crédito: Diogo Zacarias/Ministerio da Fazenda)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu análises que atribuíram as oscilações observadas no mercado financeiro na quinta-feira (3/8) e na sexta-feira (4/8) à decisão do Banco Central de reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juros (Selic). O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou na quarta-feira (2/8) a decisão do colegiado de reduzir os juros em um ritmo maior que o esperado pelo mercado, para 13,25% ao ano. No dia seguinte, indicadores como Bolsa, câmbio e juros futuros oscilaram.

Para Haddad, o sobe e desce se deveu à turbulência no mercado americano de títulos, com reflexos em vários países. "O mundo todo sofreu o abalo da colocação expressiva de títulos americanos no longo prazo. Tudo isso gerou uma turbulência", apontou.

"Na minha opinião, indevidamente (a turbulência), foi atribuída à decisão correta que o Banco Central tomou de cortar em 0,50 ponto a taxa de juros, que era a taxa mais alta do mundo e continua sendo a mais alta do mundo", ponderou o ministro, ao se referir às análises publicadas pela imprensa. Haddad pediu "um pouco de cautela nas análises", lembrando que os movimentos têm sido especulativos. Citou o exemplo do dólar que, ontem mesmo, subiu e caiu várias vezes ao longo do dia.

O chefe da equipe econômica disse temer que análises equivocadas provoquem uma reversão na estratégia do Copom, que já havia anunciado, no comunicado que explica os votos dos seus integrantes, a intenção de prosseguir com o ciclo de reduções em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.

"Não podemos minar as condições de retomada da atividade econômica com sustentabilidade", afirmou, voltando a dizer que as medidas econômicas em tramitação no Congresso, somadas a novas medidas que o governo enviará ao Parlamento neste semestre, garantem a manutenção de uma política econômica sustentável.

Segundo o ministro, diversos prefeitos e governadores relatam queda na arrecadação de impostos, assim como ocorre no governo federal, em função da diminuição da atividade econômica, consequência dos juros elevados.

 

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