Políticos da base do governo e também da oposição celebraram, na noite desta quarta-feira (2/8), a redução da taxa básica de juros, a Selic, em meio ponto percentual. Lideranças do governo, começando pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vinham pressionando pela redução da Selic e chegaram a enxergar conotação política na decisão do BC pela manutenção, por causa da aproximação entre o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Após dois dias de reunião, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a Selic de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano.
Integrantes da equipe econômica do governo, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, foram alguns dos primeiros a comemorar nas redes sociais.
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"O Banco Central decidiu cortar em 0,5 ponto a taxa de juros básica, conhecida como taxa Selic, sobre a qual toda a economia se baseia. Em três anos, é a primeira vez que o BC reduz essa taxa. O governo do presidente Lula gerou todas as condições para que esse movimento acontecesse: os índices de inflação caíram todos, as perspectivas melhoraram e estamos avançando com reformas importantes em torno de um país mais justo e próspero. Com isso, as taxas de juros devem cair ainda mais nos próximos meses", disse Alckmin.
Já Simone Tebet afirmou que "com o corte de 0,5% dos juros, acompanhado do indicativo de mais reduções adiante, o BC fica em sintonia com o cenário atual, de queda da inflação e de melhoria fiscal como estruturais". "Os avanços institucionais do país nos últimos 7 meses, incluindo a aprovação da reforma tributária pela Câmara, têm gerado as condições para os cortes nos juros", reforçou a ministra.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido -AP), brincou no Twitter: “Finalmente o BC fez o L”. Em discurso no Plenário do Senado, Randolfe disse que a decisão foi “óbvia” e “coerente” com o novo cenário econômico do país.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que a iniciativa do BC “deve ser enaltecida” como “o início de uma saga da queda da taxa de juros”.
Renan Calheiros (MDB-AL), um dos mais ferrenhos críticos de Roberto Campos Neto, disse, conversando com jornalistas, que espera que as reduções prossigam e comentou ainda que a decisão desta quarta do Copom não invalida a ida do presidente do Banco Central ao plenário do Senado para prestar esclarecimentos sobre a política monetária.
“A lei que criou a independência do Banco Central determinou que uma vez por semestre o seu presidente fale ao Senado sobre suas ações. Isso nunca aconteceu. É por isso que ele virá”, ressaltou o parlamentar, após lembrar que a manutenção dos juros em patamar elevado tem causado “sérios risco de resseção no país, com constante deflação e estagnação da economia”.
Entre os integrantes da oposição, a líder do PP, ex-ministra da Agricultura no governo Bolsonaro, Tereza Cristina (MS), comentou que o Banco Central fez um pouso seguro na economia: "O Brasil hoje comemora”.
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