Conjuntura

FMI elogia política monetária brasileira em novo relatório

Apesar das perspectivas positivas, o FMI ponderou que o país precisará enfrentar desafios econômicos de curto e longo prazos para cumprir a agenda proposta pelo governo

Em relatório publicado, nesta segunda-feira (31/7), o Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou a condução da política monetária brasileira e classificou como “ambiciosa” a agenda de crescimento inclusivo e sustentável proposta pelo governo. O documento, elaborado pelo conselho executivo do FMI, destacou que a inflação geral tem recuado rapidamente desde o pico atingido no ano passado.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses no Brasil caiu para 3,19% em meados de julho, abaixo da meta de 3,25% do Banco Central. Segundo o FMI, a inflação do Brasil continua em uma “forte trajetória de queda”. “A inflação nominal deve atingir 5,4% até o final de 2023 e convergir para a meta em meados de 2025, enquanto a inflação básica deve cair mais gradualmente”, disse o relatório.

O documento projetou ainda crescimento de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 1,2% em 2024, convergindo, ao longo dos anos seguintes, para o potencial da economia brasileira no médio prazo, em torno de 2%.

A reforma tributária, o novo arcabouço fiscal, o fortalecimento de mecanismos de resolução de disputas tributárias e o Programa Desenrola do governo federal foram mencionados de forma positiva no relatório.

“As autoridades observaram que o aumento da dívida das famílias não representa um risco para a estabilidade financeira, mas requer atenção política dada a elevada percentagem de famílias afetadas. A expectativa é que o programa ‘Desenrola’ contribua para reduzir a inadimplência do crédito, principalmente entre os pobres”, avaliou o documento.

Apesar das perspectivas positivas, o FMI ponderou que o país precisará enfrentar desafios econômicos de curto e longo prazos para cumprir a agenda proposta pelo governo. Entre os desafios mencionados estão o crescimento potencial relativamente baixo, a inflação, o endividamento das famílias e a falta de espaço fiscal para gastos prioritários, incluindo investimentos públicos, além de riscos associados a mudanças climáticas.

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