A agência de classificação de risco Fitch aumentou a nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva estável, nesta quarta-feira (26/7). Segundo a instituição, o país é considerado uma economia grande e diversificada. Demonstra capacidade de absorção de choques, sustentada por uma taxa de câmbio flexível, reservas internacionais robustas (US$ 346 bilhões) e uma posição de credor externo líquido soberano.
A Fitch também apontou que desafios políticos enfrentados no país não impediram importantes avanços em reformas essenciais para elevar o crescimento e aperfeiçoar as finanças públicas, o que foi fator decisivo para a decisão de melhorar a nota do país.
“É a primeira agência de risco que efetivamente muda a nota do Brasil [...] Eu sempre disse e continuo acreditando que a harmonia entre os Poderes é a saída para que nós voltemos a obter grandes investimentos. Um país do tamanho do Brasil não tem sentido não ter investimentos, nós temos um potencial de recursos naturais, recursos humanos, reservas fluviais, tecnologia, parque industrial”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva de imprensa realizada nesta manhã.
A pasta reiterou, em nota, a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, além de assegurar a estabilidade dos preços.
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Como o índice é feito?
A melhora na classificação considera não apenas ações já ocorridas, mas também a expectativa quanto à capacidade e vontade do país em prosseguir com a agenda de reformas econômicas. Em destaque está a reforma em impostos sobre o consumo, que tramita no Congresso Nacional.
A agência ainda projeta crescimento do PIB real em 2,3% em 2023 (antes se esperava 0,7%) e convergência para um crescimento estrutural de 2,0% ao ano no médio prazo. Além disso, reconhece que os esforços para melhorar o balanço fiscal devem conduzir o resultado primário para os intervalos preconizados pelo arcabouço fiscal, de 0% do PIB em 2024 e 0,5% do PIB em 2025.
Dessa forma, a dívida/PIB teria aumento em 2023 para 75%, subindo marginalmente nos anos seguintes, mas a uma taxa mais reduzida em comparação com projeções passadas. Em um cenário no qual as metas de primário sejam alcançadas nos pontos centrais e com maior crescimento do PIB, a dívida se estabilizaria.