PIB

FGV aponta retração de 3% na atividade econômica em maio

Recuo é causado, principalmente, pelo fim dos principais meses de colheita da safra de soja, explica coordenadora do monitor do PIB

De acordo com os dados do Monitor do PIB, da Fundação Getulio Vargas (FGV), estima-se que a atividade econômica tenha retraído 3% no mês de maio, na comparação com abril, levando em conta o ajuste sazonal. No entanto, em relação a maio do ano passado, houve crescimento de 1,8%, enquanto que no trimestre móvel — de março a maio deste ano, em relação a 2022, — a alta foi de 3,5%.

Para a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o recuo mais forte do PIB no mês retrasado é reflexo do fim dos principais meses de colheita da safra de soja, o principal produto agrícola produzido no país.

“O expressivo crescimento do PIB no primeiro trimestre, sendo influenciado pelo desempenho da colheita de soja, elevou a base de comparação nos primeiros meses do ano e, em maio, com a redução da colheita deste produto, a atividade econômica retraiu”, explicou.

Trece ainda afirmou que, apesar de a queda do PIB ser majoritariamente explicada pelos fatores da agropecuária, é importante ressaltar as retrações na indústria e nos serviços, que foram registrados em maio, embora, segundo ela, em magnitudes distintas da observada no segmento agropecuário. Em ambas as atividades, houve retração de 0,1%.

“Os juros elevados contribuíram para as pequenas quedas nestas atividades, o que ajuda a explicar a dificuldade da economia crescer de forma mais robusta e menos dependente da agropecuária”, comentou, ainda, a pesquisadora.

Tendência de declínio no consumo das famílias

Por segmento, o monitor do PIB avaliou que três dos quatro indicadores da pesquisa apresentaram crescimento no trimestre móvel finalizado em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. Embora tenha avançado 2,9% no período, o crescimento do consumo das famílias registrado neste mês foi menor do que em 2022.

Segundo a FGV, o principal fator que aponta para uma tendência de queda no consumo das famílias é o crescimento bem menor dos serviços na comparação com o mesmo período analisado no ano passado. Em 2022, houve um avanço de 7% nos serviços; neste ano foi de apenas 3,2%.

Em relação à balança comercial brasileira, o Monitor do PIB estimou um crescimento de 17,2% nas exportações, e de 7,3% nas importações de bens e serviços, no trimestre móvel encerrado em maio. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) — máquinas, equipamentos, construção, entre outros — retraiu 0,8% no mesmo período.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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