FRANQUIAS

Microfranquias têm valor final alterado; entenda

Com a nova orientação da ABF, o número de microfranquias exclusivas associadas cresceu de 216 para 314 no ano passado

São Paulo — Em junho, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) comunicou que a quantia máxima para investimento em microfranquias passaria de R$ 105 mil para R$ 135 mil a partir de julho. Esse valor de referência corresponde a três vezes o PIB anual per capita. Com a nova orientação da ABF, o número de microfranquias exclusivas associadas cresceu de 216 para 314 no ano passado. Já as redes que combinam diferentes modelos de negócio aumentaram de 219 para 280.

Entre 2021 e 2022, o número de microfranquias cresceu 39,8%. A alta está relacionada não apenas ao aumento do limite de investimento inicial, mas também à expansão de redes que estão adotando modelos mais compactos, como aqueles baseados em casa ou virtuais.

Uma análise aprofundada das microfranquias brasileiras, realizada pela ABF no ano passado, revelou que esses modelos de negócio estão ganhando cada vez mais espaço no mercado. De acordo com o levantamento, a participação das franquias de menor investimento no setor aumentou de 28,9%, em 2020, para 36,9% em 2022, levando em consideração tanto as redes exclusivas (que operam apenas neste formato) quanto as mistas (que combinam diferentes modelos).

Segundo Danilo Santana, diretor de Estratégias da Enigma Franquias — uma formatadora de fraqueadoras —, as marcas buscam, atualmente, maneiras diferentes de crescer e, com isso, o franchising se torna uma opção interessante.

"As microfranquias não possuem investimentos robustos, que ultrapassem R$ 135 mil, o que possibilita uma oportunidade para pessoas se tornarem empreendedores com um negócio já testado no mercado. Ou seja, as microfranquias possibilitam uma diversificação de renda para pessoas com menor renda", explica.

Para Santana, com a mudança de preço nas microfranquias, pode-se esperar um maior número de empresas franqueando o seu negócio. "Deve aparecer um maior número de franqueados, pessoas interessadas em investir no franchising e, consequentemente, um maior número de microfranquias, o que irá impactar em uma melhora da economia e do PIB como um todo", diz.

"As microfranquias irão se tornar mais acessíveis, mas é importante ressaltarmos que a rotatividade nos franqueados também é muito grande. É necessário que as franqueadoras estejam mais presentes no dia a dia do franqueado para que ele tenha maior engajamento com a rede. Quanto mais engajados os franqueados estiverem, menor será a rotatividade e melhor serão os resultados da rede como um todo", pontua Santana.

Para Márcia Gregini, sócia-fundadora da Torky, franquia especializada em manutenções de instrumentos tradicionais e eruditos de cordas, a mudança impacta positivamente. "O aumento do limite de investimento em microfranquias pode abrir novas oportunidades para crescimento e expansão do meu negócio. Podemos explorar diferentes estratégias para alcançar um público mais amplo e diversificado", afirma. "Vamos aproveitar a oportunidade para expandir território geográfico."

Já segundo Hugo Leonardo, diretor de Expansão da GOU Odonto, rede de franquias de consultórios odontológicos, o aumento das microfranquias indica maior interesse e aceitação desse modelo de negócio por parte dos consumidores. "Isso pode levar ao crescimento geral do mercado, o que beneficia a nossa franquia, pois amplia o público em busca de produtos ou serviços oferecidos por franquias", observa.

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