O plenário do Senado aprovou por 39 votos a 12, com uma abstenção, a indicação do economista Gabriel Galípolo para o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central. O advogado Ailton de Aquino Santos, funcionário de carreira do BC, também teve a indicação aceita para a diretoria de Fiscalização, com 42 votos a favor, 10 contra e uma abstenção.
Durante a votação, alguns senadores aproveitaram o tema para questionar as altas taxas de juros praticadas no Brasil. O líder do MDB na Casa, Senador Eduardo Braga, defendeu a convocação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para prestar esclarecimentos, não apenas sobre a taxa básica de juros, a Selic, cuja atribuição de elevar ou reduzir cabe ao Banco Central.
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Dizendo-se favorável à independência do Banco Central, Braga ressaltou que o Senado cumpre o papel regulador da instituição. “A independência do Banco Central, prevista em lei, tem condicionamentos de prestação de informações de políticas monetárias e inflacionárias ao Senado da República e ao Plenário do Senado da República. Porque, afinal de contas, o Senado é o poder regulador da independência do Banco Central”.
Para Braga, o presidente do BC precisa explicar não apenas a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano, como também o alto custo do crédito no país. “No mês de abril, o crédito rotativo do cartão de crédito bateu 430% de juros ao ano. É exatamente aí que boa parte da classe média se financia, é exatamente aí que boa parte do varejo se financia, é exatamente aí que boa parte das pessoas das classes D e E, muitas vezes, se socorrem para comprar um remédio para salvar o seu filho”, comentou.
Antes da votação no plenário, Galípolo e Aquino passaram por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).