A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou nesta quarta-feira (19/7) a Prática Recomendada (PR) 2060, norma para comprovação da neutralidade de carbono. O documento contém requisitos que precisam ser seguidos por empresas, governos ou outras instituições para demonstrar que compensam ou reduzem a emissão de carbono de suas operações.
O evento ocorreu em Brasília, com a presença de autoridades do governo, empresários e representantes da indústria. Entre os presentes estavam o diretor da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), André Andrade, o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, e a ministra e diretora do Departamento de Clima do Itamaraty, Lilian Chagas. Também compareceram secretários estaduais do Meio Ambiente, como o do Amazonas, Eduardo Taveira.
Em discurso, o presidente da ABNT, Mário William Esper, destacou a importância de se ter uma norma brasileira sobre o tema, já que, caso contrário, é preciso seguir regras internacionais. Ele afirmou ainda que a ABNT atua, inclusive, na formação das normas de referência usadas no mundo.
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"Atualmente, a ABNT possui mais de 9 mil normas, sendo que 30% já são normas ISO [Organização Internacional de Padronização, na sigla em inglês]", declarou o presidente. A ISO é o órgão de referência mundial. Nas palavras de Esper, a "ONU [Organização das Nações Unidas] da normalização".
A PR 2060 contém uma metodologia para quantificar e compensar a emissão de carbono. Ela foi apresentada pela primeira vez na COP 27, no Egito, no ano passado. Hoje, foi lançada no Brasil. O presidente da ABNT citou ainda que o órgão está trabalhando em uma norma para o cálculo do desmatamento, que deve ser apresentada na COP 28, nos Emirados Árabes Unidos.
Para o diretor do MMA André Andrade, a norma lançada "ajuda a combater o greenwashing que está havendo hoje, levando a muitas ações litigantes. E o Brasil vem sendo um pólo de crescimento de litigância climática". Ele citou ainda que a normativa será importante para o Plano Nacional de Mudança Climática, ou Plano Clima, que está sendo desenvolvido pelo ministério com vigência de 2024 a 2035 e visando uma neutralidade climática em 2050.
"Mas a neutralidade não pode ser puramente climática ou ambiental. Precisamos chegar em 2050 e 2060 em uma sociedade com uma economia brasileira mais forte e com redução de desigualdades", acrescentou.
Economia verde
A gerente de Clima e Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que sediou o evento, Juliana Falcão, também elogiou a norma, e disse que a indústria como um todo está atuando em prol da transição para uma economia verde.
"A gente entende que a prática apoia esse processo, ao oferecer esse guia, podendo ser aplicado tanto para atividades, produtos, governos, serviços", disse Juliana.
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