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Lula quer programa de descontos para eletrodomésticos

Presidente pede a ministros que examinem a possibilidade de facilitar para a população a compra de produtos como geladeiras, fogões e máquinas de lavar, repetindo o que foi feito com automóveis de passeio

Rafaela Gonçalves
postado em 13/07/2023 04:00 / atualizado em 13/07/2023 06:29
Sugestão foi feita no Planalto, em evento sobre ciência e tecnologia -  (crédito: Ricardo Stuckert)
Sugestão foi feita no Planalto, em evento sobre ciência e tecnologia - (crédito: Ricardo Stuckert)

Após o programa de descontos para carros populares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a criação de um programa de incentivo à compra de eletrodomésticos da linha branca, como geladeira, máquina de lavar e televisores.

"Até falei para o Alckmin: que tal a gente fazer uma aberturazinha para a linha branca outra vez? Facilitar a compra de geladeira, televisão, máquina de lavar roupa? As pessoas, de quando em quando, precisam trocar seus utensílios domésticos", disse Lula.

O presidente discursou na cerimônia de relançamento do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), órgão que assessora a Presidência sobre o tema. Ele também entregou a medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico a pesquisadores e entidades, incluindo cientistas que tiveram o prêmio negado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

 

Lula se disse otimista sobre os rumos da economia, mas cobrou novas medidas de seus ministros. "Quando a geladeira velha tá batendo, não tá gelando a cerveja bem, e tá gastando muita energia, você tem que trocar. E, se está caro, vamos baratear, tentar encontrar um jeito", afirmou.

Em seu segundo mandato como presidente, em 2009, Lula promoveu um programa que reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre itens da linha branca. A ideia do presidente é retomar a iniciativa, após o programa de descontos em carros populares zero quilômetro, que foi encerrado na semana passada.

Foram 125 mil veículos leves vendidos, incluindo compras de pessoas físicas e jurídicas. "Nós fizemos uma coisinha pequena, reduzimos um pouco os preços dos carros, e nós vendemos mais carros do que a capacidade de produzir no período. E a gente sempre tem que incentivar o povo a consumir, desde que o consumo seja de forma responsável. Ninguém pode gastar o que não tem", disse.

Na sequência, dirigindo-se à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), e ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, Lula brincou: "Abram a mão um pouquinho para a gente poder facilitar a vida desse povo que quer ter acesso às coisas."

A declaração pegou os ministros de surpresa. Questionada após a cerimônia, sobre a viabilidade de oferecer descontos em produtos da linha branca, Tebet disse: "Calma, calma". Ela afirmou que o tema não estava em discussão no governo e que a questão deve ser tratada pelo vice-presidente Alckmin, que é responsável por programas nessa área.

Além disso, Lula cobrou Tebet para que o Planejamento faça um levantamento de todos os fundos federais existentes. Isso porque, na avaliação do presidente, esses fundos não podem servir apenas para fazer superavit primário. "Os fundos, foram criados pelo Congresso para investir em áreas estratégicas", defendeu. "O dinheiro precisa circular, não é pra ficar concentrado na mão de um banco. Muito dinheiro na mão de poucos é concentração de riqueza e miséria", complementou.

Desenrola

Lula afirmou ainda que o governo deve lançar oficialmente nos próximos dias o Desenrola, programa de renegociação de dívidas de pessoas físicas, que também tem como objetivo aquecer o consumo no país. "O Desenrola tem que dar certo, porque senão quem vai estar enrolado somos nós", disse.

"Nós vamos tentar ajudar os 72% da população brasileira que está endividada. Nós temos a obrigação de estender a mão e trazer essa gente outra vez para a atividade econômica brasileira", acrescentou.

O governo publicou as regras do programa em junho. Ele será destinado principalmente a famílias que ganhem até dois salários mínimos e estejam devendo até R$ 5 mil. A estimativa é de que o programa beneficie 70 milhões de pessoas.

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