Inclusão Financeira

Colaboração entre bancos e correspondentes impulsiona inclusão financeira

Especialistas dizem que o Brasil é pioneiro nessa iniciativa e que a Caixa Econômica Federal, tornou-se fundamental para expandir o acesso aos serviços financeiros em comunidades de baixa renda e áreas remotas

Fernanda Strickland
postado em 12/07/2023 18:45 / atualizado em 12/07/2023 18:45
 Contactless and cashless payment through qr code and mobile banking
     -  (crédito:  rawpixel.com / Teddy)
Contactless and cashless payment through qr code and mobile banking - (crédito: rawpixel.com / Teddy)

A busca por uma inclusão financeira mais ampla se tornou um objetivo central para governos e instituições financeiras em todo o mundo. Reconhecendo que o acesso a esse tipo de serviços é essencial para o desenvolvimento econômico e social, os bancos têm explorado diferentes estratégias para atingir populações não bancarizadas ou sub-bancarizadas.

De acordo com Gabriel Ramalho, fundador da Universidade Gerando Resultados, um hub de treinamentos e cursos direcionados a despertar a alta performance e desempenho para correspondentes bancários, a colaboração entre bancos e correspondentes bancários tem se mostrado uma abordagem eficaz para alcançar essa meta. “Dessa forma, é possível promover o acesso a serviços financeiros em áreas remotas e para indivíduos de baixa renda, desempenhando um papel fundamental na busca para ampliar a inclusão financeira”, destaca.

Ao fornecer acesso a contas bancárias, pagamentos, depósitos e outros serviços financeiros básicos, ocorre a capacitação desses indivíduos, fortalecendo comunidades e resultando no desenvolvimento econômico local. “À medida que essa colaboração continua a evoluir e se expandir, é possível alcançar uma inclusão financeira mais abrangente e proporcionar oportunidades igualitárias para todos os cidadãos”, destaca.

Os bancos e instituições financeiras desempenham um papel crucial na busca por inclusão. “Eles oferecem uma ampla gama de serviços, como contas bancárias, empréstimos, seguros e investimentos. No entanto, muitas pessoas em regiões remotas ou de baixa renda não têm acesso a esses serviços devido à falta de agências ou da documentação necessária para abrir uma conta tradicional. Isso cria uma barreira significativa para o crescimento da inclusão financeira”, aponta Gabriel.

O especialista salienta que os correspondentes bancários são agentes autorizados pelos bancos a realizar transações em seu nome, permitindo que esses serviços cheguem a áreas onde não existem agências físicas. “Isso é especialmente benéfico para pessoas que vivem em áreas rurais ou afastadas, que seriam obrigadas a percorrer longas distâncias para acessar serviços financeiros básicos”, pontua .

Uma outra vantagem significativa é que esses profissionais podem ajudar a reduzir as barreiras de documentação para abrir uma conta bancária. Em muitos casos, eles podem utilizar tecnologias como a biometria para verificar a identidade dos clientes, tornando o processo mais simples e acessível.

Ao oferecer serviços financeiros em estabelecimentos comerciais locais, os correspondentes bancários proporcionam maior conveniência aos clientes, evitando a necessidade de longos deslocamentos e reduzindo o tempo gasto em filas de agências tradicionais. “Além disso, por serem habilitados a fornecer informações básicas sobre economia, poupança e gerenciamento de finanças, podem desempenhar um papel importante na educação financeira, capacitando os clientes a tomarem decisões mais informadas e responsáveis”, destaca.

A colaboração entre bancos e correspondentes bancários tem sido implementada com sucesso em diferentes partes do mundo. Alguns exemplos notáveis incluem o Brasil, um dos pioneiros nessa abordagem. Um exemplo é o programa "Correspondente Bancário Caixa Aqui", da Caixa Econômica Federal, que tornou-se fundamental para expandir o acesso aos serviços financeiros em comunidades de baixa renda e áreas remotas.

O Quênia é conhecido por sua inovadora colaboração entre bancos e correspondentes bancários. Através de parcerias com empresas de telefonia móvel, como a M-Pesa, os quenianos podem realizar transações financeiras básicas usando seus celulares e aproveitar a rede de correspondentes bancários para depositar ou sacar fundos.

A Índia, por sua vez, implementou o conceito de "Business Correspondents" para atender às necessidades das populações não bancarizadas. “Esses correspondentes bancários, muitas vezes agentes de microfinanças, estão ajudando a levar serviços financeiros até áreas rurais remotas, promovendo inclusão financeira e empoderando as comunidades locais”, finaliza Gabriel.

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