CARESTIA

Inflação nos EUA sobe 0,2%, em junho, e acumula alta de 3% em 12 meses

A inflação dos Estados Unidos dá uma leve acelerada em junho, passando de 0,1%, em maio, para 0,2%, em junho, abaixo do esperado pelo mercado, de 0,3%. No acumulado em 12 meses, sobe 3%, a menor elevação desde março de 2021

Rosana Hessel
postado em 12/07/2023 12:21
Dólar, dinheiro, bolsa de valores -  (crédito: Marcello Casal/Agência Brasil)
Dólar, dinheiro, bolsa de valores - (crédito: Marcello Casal/Agência Brasil)

O Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) deu uma leve acelerada em junho. Registrou alta de 0,2%, com ajuste sazonal, após subir 0,1%, em maio, de acordo com dados do Bureau of Labor Statistics, divulgados nesta quarta-feira (12/07).

O resultado ficou levemente abaixo da expectativa do mercado, de 0,3%. No acumulado em 12 meses até junho, o índice de todos os itens registrou avanço de 3% antes do ajuste sazonal. Foi a menor alta anualizada do CPI no período desde março de 2021.

O grupo habitação foi o que mais contribuiu para o aumento mensal da inflação de junho, respondendo por mais de 70% da alta do CPI mensal, com seguro de veículos automotores também contribuindo para a alta dos preços gerais, de acordo com o órgão norte-americano.

Os preços para os itens do grupo de alimentos tiveram aumento de 0,1%, em junho, após alta de 0,2% no mês anterior. O indicador de inflação para alimentação no domicílio manteve-se inalterado no mês, enquanto o índice de alimentação fora do domicílio subiu 0,4% em junho. Os preços da energia subiram 0,6% no mês passado.

O núcleo do CPI, excluindo alimentos e energia, registrou avanço de 4,8% no acumulado em 12 meses, mas desacelerou em relação ao período anterior, de 5,3%. O índice de energia diminuiu 16,7% nos 12 meses encerrados em junho, e o índice de alimentos aumentou 5,7% em relação ao ano passado.

“Dentre os destaques da divulgação de hoje, menção deve ser feita ao comportamento misto apresentado pelos preços mais voláteis. Enquanto os preços de alimentos desaceleraram de 0,2% para 0,1%, no comparativo mensal, estabelecendo um padrão de variação muito mais ameno que o observado ao longo do segundo semestre do ano anterior e mesmo nos primeiros meses deste ano, o grupo de energia registrou crescimento de 0,6% em seus preços, retomando território positivo após deflação de 3,6%, em maio”, destacou Matheus Pizzani, economista da CM Capital. “O grupo vem apresentando comportamento errático ao longo dos últimos meses, com o nível de preços oscilando constantemente entre crescimentos tímidos e deflações mais agudas, sendo de pouca utilidade para avaliação do cenário atual da inflação norte-americana”, acrescentou.

Pizzani ressaltou que as atenções devem ser voltadas “invariavelmente para o núcleo da inflação, que em junho apresentou um comportamento muito mais positivo do que nos demais meses de 2023”. “A desaceleração pôde ser sentida nos componentes que envolvem bens industriais, onde o destaque ficou por conta da deflação de 0,5% no preço de automóveis seminovos e mesma pela não variação nos preços de automóveis novos, e principalmente nos serviços, com os preços de serviços de transportes, extremamente sensíveis às variações do ciclo econômico, desacelerando de 0,8% para 0,1%, enquanto os preços de habitação, cuja rigidez tem sido marca registrada do CPI norte-americano ao longo do último ano em função da elevada memória inflacionária deste componente, arrefeceram de 0,6% para 0,4%, patamar mais brando da série juntamente ao resultado de abril, que fora da mesma magnitude”, afirmou.

Na avaliação do analista, apesar da redução das pressões inflacionárias em junho, principalmente no caso do núcleo do CPI, ainda não é suficiente não se apresentam como evidência empírica suficiente para se considerar a possibilidade de reversão do atual ciclo de política monetária implementado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

“Os mesmo grupos que forneceram importantes contribuições no comparativo mensal, como habitação e transportes, seguem operando em patamares extremamente elevados em seu acumulado anual, sinalizando que a missão da autoridade monetária ainda está longe de ser cumprida, e que a desaceleração da economia certamente demandará ao menos mais um aumento residual na taxa de juros, cenário que pode inclusive se agravar a partir do momento em que fatores sazonais, como a mudança climática provocada pela entrada do inverno no Hemisfério Norte, causem alguma deterioração adicional à trajetória do CPI, especialmente no caso dos preços mais voláteis, que vem apresentando comportamento mais positivo no decorrer dos últimos meses”, afirmou Pizzani.

 

 

 

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