O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a autoridade monetária ao explicar a divergência entre o comunicado e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Ele afirmou que os dois instrumentos de comunicação têm finalidades diferentes, mas reconheceu que a divergência gerou um ruído no mercado.
Segundo Campos Neto, o comunicado tem a função de “comunicar e expressar opinião de consenso”, enquanto a ata tem o objetivo de explicar as discussões. “Quando você tem uma situação de reunião dividida e você tem que escrever uma opinião de consenso curta, você não tem como escrever muita coisa", disse nesta quinta-feira (29/6), durante a coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
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O comunicado da última semana havia jogado um balde de água fria no mercado. O Copom havia pedido “paciência e serenidade” com a condução da política monetária em relação à inflação, o que levou a crer que a queda dos juros poderia demorar mais que o esperado, sendo feita apenas a partir de setembro.
Já a ata, publicada nesta terça (27), veio com um tom mais otimista, com o BC sinalizando que a continuidade da queda da inflação, e seu impacto sobre as expectativas, pode possibilitar uma queda dos juros no próximo encontro, em agosto. “A gente não vê que teve uma incoerência. O comunicado, na nossa opinião, tinha deixado a porta aberta, mas houve bastante ruído quanto a isso", destacou Campos Neto.
O presidente do BC afirmou ainda que a transparência da autarquia se mostrou na cotação dos ativos. “Se você olhar a curva de juros como um todo e olhar mais para frente, até aumentou o volume de cortes. Então acho que teve bastante ruído, mas quando a gente olha o que afetou os preços do mercado, foi muito pouco”, defendeu.