Conjuntura

Banco Central projeta deflação em junho e revisa PIB de 2023 para cima

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (29/6), a estimativa é de que a inflação termine em 5,0% no final de 2023, inferior aos 5,8% projetados em março, mas ainda acima do limite superior do intervalo de tolerância

O Banco Central projetou deflação de 0,08% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (29/6), a estimativa é de que a inflação termine em 5,0% no final de 2023, inferior aos 5,8% projetados em março, mas ainda acima do limite superior do intervalo de tolerância (4,75%) da meta para a inflação (3,25%).

A queda da inflação foi uma das condições apontadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para o corte da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano, em sua próxima reunião. A inflação projetada no relatório para os próximos anos caiu de 3,6% para 3,4% em 2024 e de 3,2% para 3,1% em 2025, diante da meta de 3,00% para esses anos.

Entre os fatores que motivaram as revisões para baixo das projeções de inflação, o BC listou a recente apreciação cambial, a inflação observada recentemente menor do que a esperada, a revisão das projeções de curto prazo, além da queda no preço do petróleo e da utilização de bandeira de energia elétrica verde para o final de 2023 em vez de amarela.

A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) avançou de 1,2% no relatório de março para 2,0% no de junho, diante da melhora da atividade econômica no 1º trimestre. Segundo o BC, a revisão se deve às “surpresas positivas em algumas atividades da indústria e do setor de serviços”.

Apesar da revisão, a autoridade monetária ponderou que a projeção continua refletindo cenário prospectivo de desaceleração da atividade econômica. A forte alta da atividade econômica no 1º trimestre foi puxada pelo setor agropecuário, com a safra recorde de soja. “O setor deve recuar nos trimestres seguintes, contribuindo para a desaceleração do PIB, tanto por seu impacto direto quanto por sua influência nos demais setores”, avalia o relatório.

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