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Ibovespa fecha em queda de 0,61%, mesmo com sinalização de corte na Selic

Ata do Copom e prévia da inflação abaixo do esperado não foram suficientes para conter os dados negativos nos EUA

Em dia movimentado para o mercado financeiro, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa - B3) encerrou a sessão desta terça-feira (27/6) em queda de 0,61%, aos 117.522,87 pontos. Durante o dia, o índice chegou a cair acima dos 117 mil pontos, mas conseguiu recuperar as perdas ao final do pregão, com as ações da Vale (VALE3) e de companhias aéreas em destaque. Enquanto os papéis da mineradora subiram 1,20%, as da Gol (GOLL4) e da Azul (AZUL4) tiveram aumentos de 3,26% e 1,30%, respectivamente.

Já o câmbio do dólar chegou a atingir o patamar de R$ 4,80, mas recuou antes do final da tarde e encerrou o pregão em alta de 0,67%, cotado a R$ 4,79. Hoje, os investidores ficaram de olho na ata do Copom, que, mesmo em tom mais duro, sinalizou que a maioria dos diretores do BC já enxergam uma possibilidade de queda na Taxa de Juros na próxima reunião em agosto.

Além disso, o resultado da prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) para o mês de junho foi positivo e manteve a sequência de desaceleração, com alta de 0,04%.

Para o sócio e economista-sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, mesmo com os indicadores favoráveis na economia brasileira, a alta do dólar e a queda no Ibovespa foram influenciadas pelos resultados acima do esperado de vendas de imóveis, confiança do consumidor e encomendas de bens duráveis nos EUA.

“O mercado intensificou as apostas de corte da Taxa Selic em agosto, embora isso já estivesse praticamente precificado. Os movimentos hoje decorrem mais do fator externo, com dados fortes nos EUA, ampliando a visão de novos aumentos dos juros por lá, e isso pesa muito na bolsa e no câmbio”, avalia o economista.

*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori

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