Com o desenvolvimento da tecnologia ao longo do tempo, novos interesses e profissões foram surgindo e despertando a atenção do público em geral. Uma delas é a carreira de influenciador digital, ou influencer. Atualmente, esse é um dos trabalhos mais cobiçados por jovens e adultos. A profissão tem uma grande importância quando está associada ao varejo moderno, e pode ser um canal de vendas a ser explorado por pequenas e médias empresas.
Segundo artigo divulgado neste ano pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os influenciadores digitais podem melhorar o desempenho do negócio no varejo. "O digital influencer costuma ter milhares de seguidores na internet, melhor dizendo nas redes sociais (Instagram, Facebook, YouTube, TikTok, entre outras), e, por isso mesmo, consegue dar uma boa visibilidade aos produtos, lojas e marcas que divulga", explica. "Outro motivo para apostar nesse profissional é o fato de que o público do digital influencer, geralmente, é bastante fiel e segmentado", aponta.
O potencial de alcance do influenciador digital é grande, conforme uma pesquisa mundial da plataforma MuseFind, divulgada pela revista Forbes. Segundo o estudo, 92% dos consumidores confiam mais nos influenciadores do que em publicidade tradicional. Outra constatação da pesquisa: confiam mais do que em celebridades fazendo comerciais com o produto. "E é nesse ponto que percebemos outra vantagem de ter esse profissional atuando no seu negócio de varejo: é possível medir, em números, o engajamento da sua campanha, o que não dificilmente acontece em comerciais feitos de forma tradicional em rádio e TV", afirma o artigo do Sebrae.
De acordo com o Sebrae, é claro que pequenas empresas não têm caixa para pagar influenciadores famosos, acostumados com contratos de valores altíssimos, mas o varejo já descobriu o poder que têm os microinfluenciadores. Eles são capazes de gerar impacto positivo para a sua empresa e por um custo bem menor. "E um critério para levar em consideração é que nem sempre ter um grande número de seguidores significa engajamento, por isso avalie muito bem antes de contratar um profissional", ressalta o documento.
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Mudanças
A influenciadora digital no Espírito Santo e miss Thainá Castro Tinoco, 29 anos, acredita que o influenciador digital vai mudar o mercado de marketing do varejo. "Vejo que as empresas têm preferido apostar em influenciadoras e anúncios no Instagram, porque isso é algo que as pessoas consomem em boa parte do dia. Quando temos um tempo livre, passamos horas e horas dentro das redes sociais, consumindo o que os nossos amigos e as lojas estão publicando. Vejo que, hoje, isso está acontecendo de forma natural", frisou. "Muitos trabalhos surgiram para mim por meio do que eu estava postando, devido a algo que consumi na minha casa. Dessa forma, conquistei várias oportunidades", conta.
Castro começou quando a moda ainda eram os blogs. "Na época, nem existia o Instagram, apenas o Facebook. Mas as redes sociais não tinham a força de hoje", compara. "Comecei em 2011, quando ainda era uma adolescente e estava no último ano do ensino médio. Como gostava de falar muito sobre maquiagem e testava produtos, assim, fui crescendo", detalha.
O primeiro passo de Castro foi montar um blog. Ela ganhou um grande destaque em Vitória, pois ainda estava no início dos influenciadores. "No início, começaram a surgir alguns convites para eventos na minha cidade. Eu usava o blog para mostrar looks das festas, e de tudo o que eu fazia no dia a dia", diz. A influenciadora explica que, atualmente, seu conteúdo está mais voltado para sua rotina, como o estilo de vida e a maternidade. "As pessoas acompanham muito a minha rotina. Eu gosto de trabalhar com essa área, pois traz a possibilidade de eu poder dedicar mais tempo no crescimento da minha filha", acrescenta.
Já a influenciadora digital em Brasília Rafaela Ribeiro, 23, conta que começou a trabalhar na área aos 13 anos de idade. "Foi muito legal, porque eu sempre fui apaixonada por moda, e como era um assunto que eu mais sabia falar, comecei a investir nisso. Eu sabia que queria isso para meu futuro e que a internet era um meio de conexão para chegar lá", afirma.
Ribeiro sempre teve o sonho de criar uma marca própria, mas acabou se comprometendo mais com outras empresas. "Como é uma área que a gente ajuda outras pessoas, eu decidi não abrir mais uma marca para expandir uma conexão com as outras pessoas e até mesmo no varejo", diz ela, mas reconhece que há varejistas que ainda não acreditam nesse tipo de estratégia.