O volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,1% em abril na comparação com março. Na comparação com abril de 2022, houve um crescimento de 0,5%, já no indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 0,9%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (14/6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das oito atividades analisadas pela pesquisa, apenas três tiveram resultados positivos em abril: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%).
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Páscoa
O setor de hiper e supermercados, o de maior peso entre as atividades, teve a maior influência positiva no mês. Foi o maior crescimento do setor desde março de 2020. De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado dessa atividade pode ser atribuído principalmente às vendas da Páscoa.
“Antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas foram diluídas ao longo desses meses. Neste ano, houve uma volta ao padrão de antes, e o resultado forte das vendas da Páscoa puxou o setor de hiper e supermercados”, explica.
Pós-pandemia
Entre as cinco atividades que ficaram no campo negativo em abril, destacaram-se os setores de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e Tecidos, vestuário e calçados (-3,7%). Santos destaca ainda que as atividades vêm de uma trajetória de queda há muito tempo.
O pesquisador associa o desempenho a uma mudança de comportamento ocorrida durante a pandemia. “Com o menor deslocamento das pessoas, houve menor necessidade de consumir produtos dessa natureza, como roupas e calçados. Essa mudança no consumo impactou as grandes redes, que têm fechado lojas nesse período em todo o país”, afirma.
Com os resultados negativos seguidos, o setor de tecidos, vestuário e calçados é um dos que ainda não recuperaram o patamar pré-pandemia, ficando 22,1% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020.